ÁUDIO NA SALA DE AULA: O DESAFIO DE FALAR E OUVIR COM CLAREZA


26 de fevereiro de 2020

 

Por Mary Bakija*

A experiência em sala de aula evoluiu rapidamente na última década, com a tecnologia desempenhando um papel cada vez mais importante no aprendizado. Uma coisa que não mudou, no entanto, é a importância de um bom instrutor. Aqueles que são bons em ensinar podem ou não ser capazes de usar a tecnologia a seu favor – de qualquer maneira, a tecnologia nunca deve atrapalhar a apresentação de informações a seus alunos.

“Instrutores e professores já têm muitas coisas para se preocupar”, diz Ryan Baumann, gerente de produto da AtlasIED, fabricante de equipamentos de áudio profissional. “Um sistema muito complicado será subutilizado ou, pior ainda, rejeitado pela faculdade”.

Essa é uma queixa comum que os fabricantes de áudio vêm ouvindo dos profissionais de educação, como explica Andrew Low, gerente de marketing da Shure: “Eles querem entrar na sala e já ter uma experiência perfeita, sem problemas que sufoquem o fluxo das aulas. Precisam de menos interação com a tecnologia, o que significa uma experiência contínua”.

CONFIRA ALGUMAS SOLUÇÕES EM ÁUDIO PARA SALAS DE AULA:

Microfone sem fio de teto Shure MXA910

Sistema de conferência sem fio Bosch DICENTIS

Microfone Biamp Parlé Beamtracking

         O consenso, que não mudou muito desde que os quadros-negros eram uma tecnologia de ponta, é que o conteúdo e a conversa são as partes mais importantes do ambiente de aula. A experiência de aprendizado deve ser aprimorada – não substituída ou alterada – pela tecnologia. “O desejo dos educadores é manter um alto grau de clareza e inteligibilidade, minimizando a interação física”, disse Mark Donovan, gerente de engenharia da Audio-Technica. “Em outras palavras, eles não querem que a tecnologia interfira na experiência”.

Tornar tudo isso realidade está ficando mais fácil, graças em grande parte aos sistemas de áudio para sala de aula que tratam dessas preocupações. Por exemplo, soluções para reforço de áudio podem mitigar problemas de inteligibilidade causados por superfícies duras, como paredes de cimento e janelas grandes – evitando que os instrutores tenham de gritar mais do que gostariam.

“Microfones sem fio montados

no teto da sala de aula permitem

que todos os alunos falem

e ouçam com a mesma clareza”

“Isso pode ser exaustivo e prejudicial para a saúde se feito todos os dias”, diz Joe Andrulis, vice-presidente executivo da Biamp. “Tratamentos acústicos podem combater a reverberação que distorce o áudio, enquanto um sistema de elevação de voz pode garantir que todos ouçam claramente o que está sendo dito. Com nossos microfones Parlé Beamtracking, temos áudio de alta qualidade mesmo que o professor se mova pela sala”.

A cobertura consistente é necessária não apenas para quem está na sala de aula, mas também para quem está fora, pois o ensino a distância e a gravação de aulas são cada vez mais procurados. Para Low, da Shure, é possível captar as falas de todos, em qualquer ponto do ambiente, usando um microfone de lapela MXW no professor e unidades MXA910 no teto. “Isso elimina aquela coisa de microfone móvel onde você tem que dizer ‘espere o microfone chegar até você’… que prejudica o fluxo de discussões”.

Dependendo do tamanho, numa sala de aula podem ser instalados até oito microfones de teto ajustáveis. A tecnologia de foco automático ajusta a posição de cada unidade (chamada “lóbulo”), para obter som consistente mesmo que os participantes se inclinem para trás ou se levantem. No caso da Shure, o processador IntelliMix DSP garante captação e reprodução em tempo real; há opções de montagem para qualquer tipo de teto, incluindo teto rígido, suporte VESA ou suspensão com cabo de aço.

Um desafio: como conectar,

com clareza e inteligibilidade,

alunos que estão em cidades

e até estados diferentes? 

        Quando se trata de ensino a distância, clareza e inteligibilidade são ainda mais cruciais. E se torna mais complexo à medida em que se adiciona a interação com alunos em locais diferentes, como explica Donovan, da Audio-Technica. A solução da empresa está em microfones sem fio como ATW-T3202, que vem com cápsula cardióide intercambiável e condensador dinâmico. Os sistemas da série 3000 têm alcance operacional de aproximadamente 10 metros.

Conectar vários locais num ambiente de ensino a distância exige boa dose de infraestrutura. Diferente de uma teleconferência de negócios, uma turma de estudantes não é algo que se possa simplesmente reagendar por causa de um soluço na rede. Para essa aplicação, a alemã Bosch desenvolveu o sistema de conferência sem fio DICENTIS, com gerenciamento SWM (Smart Wireless Management): o sistema monitora o tempo todo a disponibilidade e a carga dos canais. Quando o tráfego aumenta, muda automaticamente de canal, sem interrupção ou interferência.

A Park University, em Missouri, concluiu recentemente uma instalação de 41 espaços de ensino à distância espalhados pelo país com esse sistema DICENTIS. “Quando os alunos de Kansas City fazem perguntas ou comentários durante as aulas, seus colegas na Califórnia podem ouvi-los claramente e em tempo real, e vice-versa”, relata Scott Ford, gerente da integradora AVI Systems, responsável pelo projeto.

Outro aspecto fundamental em salas de aula é a uniformidade da cobertura de áudio, explica Baumann, da AtlasIED. “Se a cobertura não for uniforme, você pode ter alunos que não conseguem ouvir tão bem, o que anula a integração do sistema”. Segundo ele, os sistemas IPX da AtlasIED usam a infraestrutura de TI existente para garantir esse padrão de áudio. E com o recurso “Talk to Me” os microfones podem trabalhar em qualquer sistema VoIP.

“Sistemas AV modernos enriquecem a

experiência de ensino. E podem fazer diferença

para muitos alunos que não conseguem

 participar de outra forma”.

Pensando nas próximas tendências para salas de aula, Andrulis, da Biamp, sugere que adotem uma abordagem comum em eventos ao vivo: considerar o envolvimento do público. “À medida que a sala de aula evolui, os educadores são desafiados a acomodar todas as diferentes necessidades e estilos de aprendizagem dos alunos”, disse ele. “A sala de aula não é mais vista como quatro paredes com um instrutor na frente. O ambiente de aprendizado precisa ser mais fluido e livre de barreiras tecnológicas. Isso torna o áudio inteligível mais crítico para os alunos interagirem e reterem informações”.

E Baumann, da AtlasIED, concorda que ainda há espaço para crescer. “Os sistemas AV modernos enriqueceram a experiência de ensino e têm o potencial de aumentar o alcance da sala de aula para alunos que não podem participar de outra forma. Defendemos o uso mais intensivo dessas tecnologias, não simplesmente porque é o setor que amamos e que paga nossas contas, mas porque pode fazer enorme diferença para muitos”.

*Reportagem publicada originalmente na Sound & Video Contractor. Clique aqui para ver o original na íntegra.

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