UMA REVOLUÇÃO SILENCIOSA NA EDUCAÇÃO


26 de junho de 2019

Por Jo Ruddock* 

 

Destaques deste artigo:

*Universidades inglesas descobrem áudio e vídeo

*Melhora a produtividade dos trabalhos colaborativos

*Redes IP facilitam o acompanhamento dos estudantes

Soluções de áudio e vídeo sobre IP estão impactando escolas em vários países. No Reino Unido, há inúmeros casos de instituições de ensino superior migrando para o ambiente mais rápido e livre do AVoIP (áudio e vídeo sobre protocolo de internet). No ano passado, o Spotify acumulou 87 milhões de assinantes em todo o mundo e aproximadamente 200 milhões de usuários ativos por mês, enquanto a cada minuto cerca de 300 horas de vídeos são enviados para o YouTube.

Cada vez mais, universidades e faculdades estão sendo se convencendo dos benefícios dessa tecnologia, entre eles escalabilidade, maior alcance, manutenção remota mais rápida e fácil (muito menos caixas pretas), economia de espaço e substanciais reduções de custos.

O resultado vem sendo uma revolução silenciosa, que atinge áreas como espaços de aprendizagem, colaboração de alunos, conectividade, salas de aula virtuais, áudio aprimorado, sinalização digital e transmissão de palestras.

Colaboração entre alunos

Estudantes já estão questionando as escolas sobre o que elas oferecem para se diferenciar das demais. As perguntas são do tipo “quanto tempo de contato há com os palestrantes”? Ou “como os cursos iram prepará-los para a vida profissional”? Mais do que as habilidades específicas de cada especialidade, os empregadores valorizam cada vez mais as competências sutis e transferíveis. E a resposta está na sala de aula colaborativa.

Um dos novos laboratórios da Universidade de Essex para disciplinas exatas (ciência, tecnologia, engenharia e matemática) contém 13 mesas, cada uma com um monitor de 55 polegadas e seis alunos em grupos colaborativos. Qualquer aluno pode mostrar o conteúdo de seu próprio dispositivo no monitor, ou em todas as telas espalhadas pela sala.

Nesses ambientes, sempre há o risco de estudantes mais inteligentes tomarem conta dos trabalhos, algo que muitos pedagogos temem. “Descobrimos que os mais lentos tendem a aprender o que é ‘bom’, e eles percebem que podem demorar um pouco mais para entender”, diz Tessa Rogowski, diretora assistente de TI da Universidade.

“Mas parte dessa distância é reduzida através do próprio trabalho, e também com os estudantes assistindo os outros”, acrescenta ela, citando comentários como ‘Uau, eu não sabia que dava pra fazer isso. Você pode me mostrar como?’ “É como ter um acréscimo à aula em todas as salas de aula”!

Telas espelhadas

Enquanto isso, nos últimos 18 meses a Universidade de Hertfordshire, também na Inglaterra, tem usado a ferramenta de colaboração Via Campus, da Kramer, em sua primeira sala colaborativa. “Os alunos podem colaborar normalmente com um professor na frente da sala, mas ele também pode definir projetos individuais”, diz o gerente de vendas da Kramer, Tony Bidgood.

Segundo ele, a sala foi projetada com controle de mesa independente; se os alunos quiserem trabalhar fora do horário normal, podem entrar na sala de aula, ativar um terminal de rede e colaborar em grupo usando qualquer dispositivo móvel. “Há também opções para colaborar em todo o campus e instalar programas de terceiros, como Skype for Business e Webex”, acrescenta Bidgood.

Nesse esquema de colaboração, todos os professores e alunos podem editar documentos em tempo real e exibir até seis telas no monitor principal, que podem ser alternadas para o modo lousa digital. Os professores podem acessar uma ferramenta online da Universidade para avaliar na hora o desenvolvimento de cada aluno ou grupo de alunos.

Já na Universidade de Coventry, o compartilhamento envolve grandes telas touchscreen espalhadas pelo campus, que permitem espelhamento com as telas de laptops e smartphones. “Um professor ou palestrante pode agora trazer seu laptop e colocar a tela no projetor, em vez de ligá-lo no púlpito”, explica Amanda Hardy desenvolvedora de e-learning da Universidade. “Alunos também podem apresentar algo de seus computadores na tela principal sem ter que se conectar e logar. É uma maneira muito mais flexível e acessível “.

Simulações

Outros recursos tecnológicos estão ganhando cada vez mais espaço no ensino superior britânico. A Universidade de Bath está construindo uma sala que pode se mover! São ambientes físicos simulados, construídos sob medida para aprimoramentos de áudio e vídeo. Hertfordshire construiu ambientes como túneis de vento, enfermarias e até uma farmácia, simulando a aparência e o cheiro, em sua escola de medicina. As atividades dos alunos são gravadas em áudio/vídeo e avaliadas pelos professores, que depois comentam numa tela grande para todos assistam.

Coventry foi um pouco mais longe ao criar seu novo edifício de ciências. “Temos uma ambulância equipada com câmeras e microfones para que os estudantes que trabalham em situações de emergência possam ser monitorados por professores em uma sala de controle”, explica Adam Harvey, gerente de TI.

Na verdade, as instalações de Coventry estão entre as mais avançadas do Reino Unido. Seu centro de simulação customizado fora do campus abriga uma grande tela curva na qual os ambientes são projetados e os atores reais atuam nos cenários virtuais. Acrescente a isso uma suíte de terapia esportiva com pista de atletismo, onde as câmeras rastreiam cada movimento e alimentam um vasto banco de dados, incluindo o comprimento real da passada.

Sinalização digital

Essex também oferece ciência esportiva, mas dentro de sua arena, onde está erguendo paredes de LED conectadas a monitores de desempenho que atendem a um público maior. Permitem copiar e repetir trechos em vídeo mostrando onde as pessoas estão correndo, quem tem a posse da bola, quantos ataques são bem sucedidos, e assim por diante.

Para atender a essa demanda crescente, o grupo Tripleplay Services desenvolveu um software de streaming de vídeo IPTV para sinalização digital que entrega mensagens publicitárias nas telas ao vivo, incluindo também conteúdos de TV e pré-gravados, para desktops e aparelhos móveis. Já funciona em cerca de 20 universidades do Reino Unido, incluindo Westminster e a London Business school.

*Artigo publicado originalmente no site AV Technology. Para ver o original na íntegra, clique aqui. 

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