CHINESA FOXCONN ASSUME O CONTROLE DA SHARP EM TODO O MUNDO


16 de agosto de 2016

foxconn_sharp

A Foxconn, principal montadora asiática da Apple, anunciou a conclusão da compra da japonesa Sharp, por US$ 3,8 bilhões. A companhia taiwanesa afastou o presidente-executivo Kozo Takahashi, que será substituído por Tai Jeng-wu, braço-direito do presidente da Foxconn, Terry Gou.

O desfecho do negócio atrasou e só começou a tomar forma no início deste ano, por causa das grandes perdas da Sharp. A Foxconn, que se especializou na montagem de produtos como o iPhone, viu na companhia japonesa a oportunidade de diversificar sua atuação no mercado para produtos eletrônicos e construir um negócio maior com a Apple, já que a Sharp fornece displays para os principais fabricantes de smartphones do mundo, incluindo a dona do iPhone.

A demora em fechar o negócio ocorreu também porque, depois que as partes chegaram a um acordo sobre as condições gerais do contrato no fim de março, as autoridades de defesa da concorrência decidiram fazer uma revisão na operação, que se arrastou por mais tempo do que o esperado. Peguim finalmente deu o sinal verde para a transação na quinta-feira, 11.

Com o negócio concluído, analistas avaliam que a fusão de duas culturas corporativas muito diferentess pode ser um desafio, principalmente para os funcionários da Sharp, que terão que se adaptar ao ambiente de “exército” da controladora taiwanesa. Terry Gou (foto) tem obtido sucesso na melhoria da rentabilidade da joint venture que mantém com a Sharp no Japão para produção de displays.

As finanças da Sharp sofreram uma forte erosão nos últimos anos porque se tornaram muito dependentes de painéis de display, que passaram a enfrentrar maior concorrência de preços das rivais sul-coreanos e chineses. A situação só foi amenizada porque a Sharp obteve crédito de US$ 1,5 bilhão dos seus principais credores, os bancos Mitsubishi UFJ e Mizuho. Os empréstimos foram solicitados pela Foxconn como garantia.

O grupo taiwanês tem agora controle sobre todas as operações internacionais da Sharp, fora a América do Norte, comandada pela chinesa HiSense. No Brasil, a Sharp já encerrou suas atividades.

FONTE: ZD NET