Sinalização Digital: o desafio das instalações outdoor


18 de agosto de 2015

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Por Brian RhatiganCom áreas físicas limitadas e concorrência quase ilimitada, as empresas estão sempre procurando maneiras de atrair clientes e fornecer mensagens relevantes. Displays de sinalização digital estão hoje disponíveis em dezenas de tamanhos e formatos, e as tecnologias interativas – como a das telas touch – são cada vez mais adotadas.

Mas há uma outra área onde as empresas tentam conquistar o público: em suas instalações externas. Isso vale para lojas, bares, restaurantes, parques, estações de transporte, enfim, qualquer estabelecimento comercial. Como se sabe, displays de informação pública, que genericamente chamamos “sinalização digital”, não são novidade. No entanto, quando se fala de espaços abertos ou externos, há uma série de considerações a ser feitas durante a fase de projeto. As condições do ambiente (calor, frio, poeira, luz, poluição) tudo isso tem forte impacto na performance e na eficiência do equipamento.

Nunca encontrei uma cidade que ofereça um clima estável (digamos, na faixa de 21 graus Celsius) e desumidificado ao longo de todo o ano. Na verdade, seria ótimo se houvesse. Um display comum funciona normalmente entre 0 e 40 graus, mas como temperaturas extremas impedem o correto funcionamento de dispositivos eletroeletrônicos, e reduzem a vida útil dos componentes, exige-se cuidado especial com esse aspecto.

Umidade, causada pela chuva ou por alguma forma de condensação, é sempre um desafio quando se decidi instalar displays outdoor. É quase certo que o aparelho não irá funcionar por muito tempo se estiver sujeito a esse problema. Além disso, é inevitável o risco de curto-circuitos e corrosão das placas internas. Acrescente-se que mudanças bruscas de temperatura podem causar condensação na superfície de vidro, reduzindo a visibilidade das mensagens exibidas na tela.

Mas, ao contrário de temperatura e umidade, raramente as especificações do display descrevem sua resistência a poeira e detritos, e isso é muito importante. Como o calor é considerado o inimigo no. 1 de qualquer aparelho eletrônico, todo display possui alguma forma de dissipar o calor gerado durante sua operação normal, geralmente usando ventoinhas e/ou ventiladores. Isso tem um custo: pó e detritos acabam entrando mais facilmente no gabinete e se acumulando sobre as partes eletrônicas.

Há também a questão do sol, que pode comprometer um display LCD. Aqui, são duas as preocupações. Primeiro, a luminosidade. Uma taxa de brilho razoável num display de uso comercial está na faixa de 500 nits, o que é suficiente para ambientes internos. Mas, se você usar isso numa instalação externa, será muito difícil enxergar qualquer imagem na tela. Como a demanda vem crescendo, já estamos vendo fabricantes oferecerem displays com taxa de brilho de 2.000 nits, ou até mais.

A segunda preocupação em relação à luz solar é que muitos displays podem se tornar instáveis ou até totalmente escuros. Na maioria dos casos, o problema é temporário, mas de qualquer modo haverá interrupção na exibição das mensagens na tela. Também neste caso, já existem fabricantes preocupados em fornecer displays com especificações adequadas ao uso sob a luz direta do sol.

Como se pode ver, existem diversos fatores a ser analisados quando um cliente deseja expandir a sinalização digital para suas áreas externas. Pode ser o espaço comum de uso dos funcionários de uma fábrica, por exemplo, ou o menu de um restaurante, ou uma vitrine de loja, que precisa necessariamente atrair o público. Não importa a aplicação, só existem duas maneiras de enfrentar esses desafios: instalar um display projetado para uso externo (com temperatura operacional entre 0 e 50 graus), ou então um display convencional adaptado dentro de um gabinete especial que o proteja das alterações de ambiente.

Um display verdadeiramente outdoor, além dos recursos comuns, precisa ter chassi reforçado e gabinete selado contra variações de temperatura e umidade. É muito comum usar uma camada antireflexiva sobre o vidro frontal, e há casos em que se trabalha até com uma garantia do fabricante para uso em condições extremas. O desenho do gabinete é fundamental, e alguns fabricantes fornecem esse componente à parte: o instalador pode então usá-lo até para acomodar um display convencional.

Quando atendo um cliente de display outdoor, procuro pensar em vários fatores, e o primeiro deles é sempre a luminosidade. Haverá um toldo ou proteção para a tela ou não? A luz solar irá incidir diretamente? Embora com algumas exceções, a maioria dos displays não reforçados oferece brilho insuficiente para uso sob luz natural intensa. Portanto, procure sempre um modelo do tipo ruggedized (com gabinete reforçado).

Também procuro checar se as imagens exibidas na tela serão ou não interativas, ou seja, se é um display do tipo touchscreen. Nesse caso, será mais complicado montar o gabinete reforçado, que precisará de uma tela de toque adequada àquela finalidade específica.   

Brian Rhatigan, CTS, DSCE, é gerente de desenvolvimento da Almo Professional A/V, distribuidora americana de sistemas de projeção. Texto original publicado no site Digital Signage Today. Clique aqui para ler na íntegra.