Setor de videomonitoramento cresce, apesar da crise


15 de setembro de 2015

monitoramento

Por Alessandra Faria*O Brasil está passando por um momento muito delicado em sua economia, mas não de forma homogênea. Para alguns setores, a fase atual é de cautela, principalmente no varejo e na indústria automotiva. Com a queda no consumo, é necessário tomar o máximo de cuidado na tomada de decisões estratégicas para o negócio.

O setor de segurança eletrônica, porém, segue o caminho inverso e vem demonstrando sinais muito favoráveis para os próximos anos. Segundo dados da Associação Brasileira das Empresas de Segurança Eletrônica (Abese), existem hoje no Brasil 22 mil empresas atuando no setor, com previsão de faturamento de R$ 5,6 bilhões este ano.

As empresas que atuam nesse mercado têm perspectivas muito positivas de crescimento, especialmente no segmento de videomonitoramento IP. Sem dúvida, um cenário que poucos poderiam imaginar no momento atual. Tais perspectivas se traduzem, principalmente, na execução de projetos de curto e médio prazo, com início ainda em 2015, comprovando assim que este mercado, apesar da crise, não se encontra estagnado.

Isso é resultado também da capacidade do setor em identificar quais seriam os segmentos com potencial de alta demanda por soluções e projetos eficientes de segurança eletrônica, com tecnologia de ponta e custo-benefício atrativo. Nem todos os setores da economia têm gerado muitos projetos; por isso, foi importante ter apostado em determinados setores e ajustado as ofertas às verticais ou aos segmentos de mercado cuja verba este ano é mais restrita.

Entre os segmentos em alta, podemos citar transporte – grande aposta para 2016, vale lembrar -, hospitais, saúde, educação e também o governo, com os projetos ligados ao conceito de cidade inteligente. Pode parecer estranho, mas até mesmo o varejo tem investido na modernização de seus sistemas de videomonitoramento em plena crise, atentos a benefícios como redução de perdas e aumento da taxa de conversão de compras por meio de análise de business intelligence com o uso de câmeras.

O Sudeste segue como a região de maior peso e relevância para grandes negócios do País, com oportunidades de implementação de novos projetos de videomonitoramento em escolas e no trânsito. No varejo, isso pode ser muito bem comprovado, pois só no estado de São Paulo há 15 mil câmeras instaladas nos estacionamentos de supermercados e shopping centers.

O Sul e o Nordeste também são regiões que apresentam um alto potencial. No Nordeste, o setor varejista, apesar dos percalços econômicos enfrentados nos últimos meses, continua crescendo e aberto a investimentos, ao mesmo tempo em que o setor de transportes vem dando margem para a implementação de novos projetos.

Na região Sul, é possível enxergar oportunidades não apenas nos setores de transporte e educação – como também demonstra a região Centro-Oeste -, bem como tendências promissoras, a exemplo do compartilhamento de imagens privadas com a polícia local e o monitoramento de prédios públicos, algo que também foi possível identificar no Sudeste.

Como se vê, o segmento de videomonitoramento soube aproveitar os momentos antecedentes à crise para identificar quais os setores da economia com maior potencial, em quais regiões do País eles poderiam dar maiores retornos e quais as ofertas que mais se adequariam a esse período atípico. Foi feito um estudo minucioso de cada mercado para entendê-lo melhor, entregando soluções mais adequadas ao momento atual, com custos mais atrativos e de acordo com as necessidades específicas de cada região. Porque uma crise afeta toda a economia de um país, mas não da mesma forma.

* Diretora regional da Axis Communications para a América do Sul