As 10 principais tendências do momento em displays


1 de junho de 2015

tendencias

Por Sri PeruvembaA indústria mundial de displays continua crescendo, com novas tecnologias que permite inúmeros produtos e aplicações. Para auxiliar no trabalho de acompanhar o que está acontecendo nesse mercado, montamos uma lista das principais tendências atuais em tecnologias de display.

 

1.Vestíveis – O item mais recente nesse segmento é o smart watch, e cada vez mais fabricantes estão lançando suas versões. Mas todo produto wearable – como os óculos de realidade aumentada e os dispositivos para esporte – precisam de um display. Todos conduzem grandes quantidades de dados e têm que ser brilhantes, com boa resolução de imagem e baixo consumo de energia. Os displays orgânicos (OLED) e os do tipo ePaper estão ganhando mercado por serem mais finos e mais leves, com melhor performance na reprodução de cores. Nessa categoria, em particular, os OLEDs flexíveis têm um futuro muito promissor.

2.Displays curvos – Outro segmento de grande interesse para o público nos últimos meses, esses aparelhos têm três aplicações fundamentais:

*TVs: uma parte maior da tela é direcionada ao ponto focal, onde está sentado o telespectador, e portanto telas curvas criam uma experiência visual mais satisfatória;

*Smartphones: o design curvo, além de tornar o aparelho esteticamente mais atraente, também permite exibir mais informação nas beiradas da tela;

*Painéis de automóveis: displays em diversos formatos serão cada vez mais comuns nos veículos. Além de fornecer mais informações ao motorista, eliminam distorções e reflexões que existem nos painéis convencionais.

 

3.Quantum Dots – De acordo com a empresa de pesquisas IDTechEx, os painéis LCD do tipo QD terão 14% do mercado mundial em 2020. QDs são nanocristais semicondutores que emitem luz e podem converter comprimentos de onda diferentes, criando tons mais intensos de vermelho, verde e azul. Os dots (pontos) podem ser usados até em displays de grande porte. Estão aumentando os investimentos nesse tipo de display, que podem ser produzidos nas mesmas fábricas dos LCDs atuais, a um custo bem mais baixo que os OLEDs. Entre as empresas pioneiras nesse campo estão a Nanosys, que aplica os dots em folhas; Quantum Materials, que os imprime em filmes; e QD Vision, cuja tecnologia direciona a luz de leds azuis através de tubos recheados com dots verdes e vermelhos, o que resulta numa luz mais pura.

 

4.Mais pixels e maior capacidade de leitura – Os displays de grande porte estão chegando com força ao mercado de consumo, mas também os displays pequenos estão passando a exigir resolução mais alta. Isso cria mais oportunidades de mercado para empresas que consigam produzir mais pixels por área de display. Existe um grande interesse pela resolução 8K e, ao mesmo tempo, um fator cada vez mais importante é a capacidade de leitura da tela (readability). Várias atividades vêm usando displays de alta resolução, como as de controle de tráfego e de raio-X digital. São aplicações de uso crítico, mas bem diferentes em termos de capacidade. No segmento médico, onde o cirurgião precisa visualizar as informações do paciente na hora, o display normalmente é monocromático e precisa ser escaneado para que tudo funcione com perfeição. Já em ATC (Air Traffic Control), a principal exigência é que os displays sejam grandes e em alta resolução. Os controladores precisam enxergar tudo com facilidade, para tomar decisões confiáveis.

 

5.Melhor qualidade de imagem – Ter mais pixels na tela não é a única maneira de melhorar a experiência do usuário. Por exemplo, a empresa Pixelworks produz chipsets e algoritmos que otimizam a qualidade de qualquer tipo de display. A tecnologia se baseia no fato de que, quando há grande densidade de pixels, o olho humano não consegue distinguir cada pixel individualmente. Significa que as imagens são cada vez mais naturais e realistas, e que qualquer artifício pode atrapalhar a experiência visual. A tecnologia HDR (High Dynamic Range) oferece ainda maior luminosidade, melhores níveis de contraste e cores mais saturadas.

 

6.Realidade virtual imersiva – Por que a computação não pode ser completamente natural? A Magic Leap, empresa do setor de realidade virtual (VR), fez essa pergunta e concluiu que, para a experiência humana, isso exige uma síntese entre o mundo digital e o mundo real. A ideia é uma plataforma biométrica em que os recursos digitais respeitem a forma como os seres humanos funcionam. A Oculus (hoje pertencente ao Facebook) é outra empresa que vem trabalhando com VR imersiva. Seu produto mais famoso é o Oculus Rift, que cria uma visão 3D estereoscópica e apresenta latência ultrabaixa; consegue captar imagens em 360 graus, reconstruindo a maneira como a cabeça e os olhos interagem com a realidade.

 

7.Displays flexíveis – A IDTechEx prevê que esse segmento de mercado (displays AMOLED flexíveis, feitos de plástico) atingirá US$ 16 bilhões por volta de 2020. Já começamos a ver roupas com displays, usando uma tecnologia que se adapta aos tecidos. O objetivo é permitir que os usuários dobrem e enrolem qualquer tipo de aparelho, e que possam colocá-los no bolso. Isso cria uma enorme oportunidade para os OLEDs flexíveis, como já mencionamos. Samsung e LG estão produzindo smartphones com esse conceito. E empresas como E-Ink e Polyera já fabricam display ePaper para o segmento de wearables. O vidro ainda é o substrato mais usado, mas o plástico está começando a ganhar espaço.

 

8.Displays secundários – Uma tendência emergente é ter um display secundário nos telefones móveis. Embora tenhamos a inclinação de focar atenção na tela principal, pode-se aproveitar muito da parte traseira do display. Esse espaço começa a ser utilizado de forma inovadora, para exibir imagens com base em tecnologias de baixo consumo de energia. Isso permite ao usuário acessar informações no próprio corpo do telefone, sem acabar com a bateria. Algumas soluções do gênero, que estão chegando ao mercado, são as da YotaPhone, com um smartphone Android com duas telas AMOLED touch (na frente e atrás), ambas usando vidro Gorilla Glass; popSLATE, uma capa para iPhone 6 que converte a traseira do aparelho numa tela ePaper; e Tegware Bagel, outra capa para iPhone 6 que vem com caneta digital para escrever e fazer desenhos na tela.

 

9.Displays para escrever – Embora muitos de nós usemos smartphones para controlar nossas atividades, ainda temos a tendência a recorrer a caneta e papel na hora de fazer anotações, escrever lembretes, rascunhar ideias etc. É natural. Na próxima vez que você estiver numa reunião, observe quantas pessoas trouxeram papel e caneta. Estudos mostram que nossa tendência é reter melhor as informações ao usar a conexão entre cérebro e mão para anotar do que simplesmente digitar, ou escanear, no smartphone. Por isso, displays que também servem para se escrever estão voltando ao mercado. Muitos tablets têm recurso de caneta, e no caso dos tablets estão surgindo opções como a já citada Tegware Bagel. O Galaxy Note, da Samsung, já é bem popular. Essa categoria de produto também cria novas oportunidades para displays de plástico, já que o plástico tende a superar o vidro nessa aplicação. A empresa Kent Displays diz que um modelo LCD de 8,5″ pode economizar mais de 50 mil folhas de papel. Isso permitiria às escolas ensinar caligrafia às crianças a um custo mais baixo.

 

10.Displays tácteis – Esse tipo de tecnologia (em inglês, haptic) recria o sentido do tato a partir de vibrações e movimentos do usuário. É algo que melhora a produtividade na digitação e amplia a sensação de imersão, por exemplo, em games. Entre as empresas que já estão lançando soluções desse tipo estão a Immersion, cujos produtos se destinam aos segmentos mobile, automotivo e médico; e a Novasentis, que foca na integração de EMPs (Electro-mechanical Polymer) em dispositivos vestíveis.

*O autor é CEO da Society for Information Display. Clique aqui para ler o original, na íntegra.