ÓTIMAS REGRAS PARA APRIMORAR O TRABALHO EM CASA


29 de outubro de 2020

Por Daphne Leprince*

Numa pesquisa recente do Gartner, 75% dos executivos americanos disseram que pretendem manter seus funcionários PERMANENTEMENTE em home office de agora em diante. Ou seja, a tendência é que tenhamos todos que nos habituar à nova realidade, que impõe novos códigos de conduta e de uso das tecnologias.

Embora tradicionalmente se exijam apertos de mão, contato olho no olho e vestimentas adequadas, é evidente que o trabalho em casa está eliminando certas barreiras. Mas, como substituir a velha parada para o cafézinho? De fato, a cultura das startups já vinha impregnando as corporações a adotar práticas mais flexíveis e atitudes menos formais. Só que a COVID precipitou as coisas, mudando de forma abrupta os comportamentos de todos.

Parece mesmo que os novos códigos vieram para ficar. Aqui estão regras que levantamos junto a especialistas, para se adotar nos contatos online e não se perder em meio ao trabalho no mundo virtual:

 

1.Não ficar o tempo em reuniões de vídeo

Videoconferência é, sem dúvida, uma solução fácil para quem tem as ferramentas necessárias, e já se tornou um hábito para muitos profissionais. Mas essa tendência está se exaurindo, adverte Julien Lesaicherre, diretor de vendas globais do Facebook: “De início, as pessoas queriam replicar em casa o que faziam no escritório, mas com o tempo isso causa fadiga”, diz ele. Como as interações são mais artificiais, é difícil manter o engajamento. Essa vontade de fazer reuniões por vídeo a toda hora deve dar lugar ao uso de outras ferramentas, a chamada soft collaboration.

2.Criar um ambiente apropriado

Nos primeiros meses de trabalho em casa, muitos profissionais perdoavam as falhas no uso do Zoom e demais aplicativos. Mas com o tempo aumentam as cobranças por mais profissionalismo. “Você está deixando as pessoas entrarem na sua casa, preste mais atenção no ambiente”, recomenda Sampath Sowmyanarayan, que dirige a área de Empresas na operadora Verizon: “Coisas que temos em nossas casas podem não ser tão agradáveis nem engraçadas para outras pessoas”. Em vez disso, ele sugere investir num equipamento básico para melhorar a comunicação, como microfone e luminária.

3.Não é essencial usar vídeo nas reuniões

Algumas empresas estimulam essa prática, mas na verdade isso deve ficar a critério de cada funcionário, a não ser em casos específicos. Ninguém será punido por isso. “A fadiga é muito maior com vídeo do que só com áudio”, diz Sowmyanarayan.

4.Não fazer coisas que não se faz no contato presencial

O trabalho remoto não altera certos hábitos. Não se deve esperar que a chefia, ou os clientes, nem mesmo os colegas, aceitem de bom grado posturas mais relaxadas com a roupa, os horários e o tom de voz. É o que alerta Herman Tse, professor de Administração na Monash Business School. E, embora haja agora uma tela entre você e os demais, não queira aproveitar para ficar checando emails ou tuítes durante uma reunião de vídeo. Você pode ser acusado de desatenção (multi-tasking)… Pense bem: você gostaria que um colega fizesse isso durante uma apresentação presencial sua?

5.Evitar chamadas de vídeo longas

Certas coisas que poderiam ser resolvidas em alguns minutos acabam consumindo meia hora. Antes de agendar várias conversas de meia hora para o mesmo dia, pense se aqueles assuntos mereceriam tudo isso se fosse no esquema presencial. Na maioria dos casos, você irá descobrir que uma chamada curta é muito mais eficaz.

6.Usar a plataforma de acordo com a mensagem

Em muitos casos, não há necessidade de entrar no Zoom. “Não se trata apenas de como você se apresenta, mas de onde se apresenta”, aconselha Brian Van Wyhe, da TEKsystems, empresa de TI. Videoconferência é apenas uma das ferramentas disponíveis, e nem sempre é a melhor. Para evitar a “fadiga de vídeo”, pense se não vale mais a pena um app de mensagens instantâneas ou de compartilhamento de arquivos. Claro, a empresa é que deve determinar as ferramentas utilizadas, mas os empregados devem saber se adaptar. A boa e velha ligação telefônica às vezes funciona melhor do que um email confuso ou uma videoconferência interminável.

7.Verificar bem as mensagens antes de enviar

Desde o surgimento do email, tornou-se “regra de ouro” verificar bem a clareza das mensagens, assim como sua concisão e o uso de linguagem adequada. Com o trabalho remoto, isso passa a ser ainda mais importante. Como lembra o prof. Tse: “No mundo digital, uma mensagem escrita ou tom de voz aceitável em determinado lugar por ser considerado inadequado em outro”.

8.Procurar manter a mesma performance

A pandemia trouxe uma dose extra de angústica, e nos últimos meses os gerentes têm sido mais compreensivos – e com razão – diante da queda na produtividade e na motivação. Mas é inevitável que isso mude em algum momento. Na verdade, os padrões de eficiência não devem mudar, não importa onde você esteja.

 

9.Ficar de olho na sua reputação online

Com a expansão do trabalho remoto, é natural que a imagem dos trabalhadores ganhe destaque. Algumas regras continuam valendo (ser educado, mandar mensagens de agradecimento…), mas agora existem outras normas. Exemplo: na plataforma Workplace, do Facebook, permite criar perfis de funcionários novos. “Como não há contato pessoal, essa contextualização dos indivíduos é importante”, diz Lesaicherre. Por isso, vale a pena revisar seus dados pessoais para exibir online da forma mais profissional possível. Aliás, é bom deixar de lado, neste caso, as fotos de suas férias com a família. Importante também não perder o contato com os clientes. E, principalmente, pensar numa estratégia pessoa de comunicação virtual, incluindo talvez podcasts, webinars, artigos em blogs etc. Na “etiqueta digital” do futuro, a criatividade certamente renderá muitos pontos.

*Artigo publicado originalmente pelo ZDNet. Clique aqui para ver na íntegra. 

 

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