NOVOS FORMATOS ONLINE PODEM AJUDAR NA RETOMADA DA EDUCAÇÃO


25 de setembro de 2020

 

Da Compliance*

O Brasil é o segundo país do mundo que passa mais tempo conectado à internet, atrás apenas das Filipinas, segundo estudo da Hoopsuite com a We Are Social. Em média, cada brasileiro fica conectado por 9h20m todos os dias. Isso quer dizer que, dos 365 dias do ano, em 145 deles as pessoas estão online. Os dados não são novos, mas com a pandemia, que tornou obrigatório ficar dentro de casa, esse tempo cresceu oferecendo como consequência uma grande oportunidade para ampliar a qualidade da educação.

De acordo com César Silva, diretor presidente da Fundação de Apoio à Tecnologia (FAT), fazer uso da tecnologia no ensino é uma necessidade inadiável, que chega até tarde. “Algo que deveria ser natural, por conta das já existentes soluções disponíveis para o EaD, está se mostrando um desafio diante da falta de uma real visão sobre como fazer uso de tecnologia e de metodologias diferentes no aprendizado”, avalia.

Conforme Silva, o isolamento imposto desafia todos a experimentar novas formas de transmissão de conhecimento diante um consumidor ávido, que gasta boa parte do seu dia na frente de uma tela. Um reflexo desse comportamento vem da própria gigante do streaming.

Na Netflix, os assinantes já ultrapassam mais de três horas ao dia conectados ao serviço. Os dados globais são do site Kill the Cable Bill e corroboram outro estudo, publicado em março pela Nielsen, que indica alta de 61% no acesso durante furacões ou tornados, quando as pessoas também são obrigadas a ficar em casa.

Outro destaque é que os países cujas populações passam mais tempo na internet são quase exclusivamente nações em processo de desenvolvimento, como Brasil, Argentina, Vietnã e México. “Isso nos leva a crer que é preciso repensar a EaD e promover algum tipo de estímulo para que ela prospere”, afirma Kevin Porter, fundador da Fluenflix, edutech brasileira voltada para o ensino de idiomas. “Aproveitar este tempo que o brasileiro gasta conectado com educação é fundamental e pode ser o caminho para aprendizados diversos”, diz ele.

Inicialmente, a plataforma oferece fluência na língua inglesa por meio de conteúdo formado por séries com sequências de temporadas, filmes que vão desde os bons clássicos até sucessos atuais, todos adaptados para favorecer o entendimento de acordo com o nível do espectador. São mais de 100 horas para o aprendizado autodidata, mas há disponibilidade de aulas com professores experts no assunto e quizzes, no final de cada programação, para avaliar o conhecimento adquirido.

Transmitir competência por meio do streaming também é a proposta da Archademy, uma construtech que nasceu para acelerar os negócios de escritórios de arquitetura e design do país. Em abril, a startup lançou a plataforma Archa. Trata-se de um streaming de assinatura, mensal ou anual, que fornece aos profissionais do mercado uma oportunidade de participar de seu hub de negócios de maneira remota.

Dentro da plataforma é possível acessar conteúdos desenvolvidos por especialistas e profissionais renomados, que vão desde entrevistas com arquitetos e designers inspiradores e estudos de caso, até aulas de gestão e inovação. “Queremos trazer tudo o que o empreendedor precisa aprender para ter sucesso em seu escritório, trabalhando como autônomo, mas que não é ensinado nas faculdades”, afirma João Leão, diretor de aceleração da Archademy.

Esse novo papel das plataformas de streaming é uma tendência em todas as áreas do saber. A psicóloga Tina Zampieri, doutora em Ciências da Saúde, encontrou no formato digital uma alternativa para levar conhecimento e capacitar profissionais que demandam atualização e estão distantes dos grandes centros.

“A pandemia exige que nos distanciemos para preservar a saúde uns dos outros e, assim, desencadeia mudanças radicais no mercado de trabalho”, diz a professora, à frente do Ciclo de Mutação, centro de atendimento psicológico, de estudos e pesquisas em São José do Rio Preto. “Obviamente, nem todos os profissionais podem desempenhar seus papéis em home, mas dependem de conhecimento diariamente para lidar com todas as consequências que essa dura realidade nos impõe”.

FONTE: Compliance Comunicação

 

Veja também:

 

LIVES, A NOVA LINGUAGEM UNIVERSAL DA EDUCAÇÃO

6 TECNOLOGIAS QUE ESTÃO TRANSFORMANDO A EDUCAÇÃO

TECNOLOGIAS NA EDUCAÇÃO E O RETORNO SOBRE OS INVESTIMENTOS

AVoIP: UMA REVOLUÇÃO SILENCIOSA NA EDUCAÇÃO