EDUCAÇÃO NA CRISE E A TRANSIÇÃO PARA PEQUENOS ESPAÇOS


30 de junho de 2020

 

Por Craig McCormack*


        Se você esteve recentemente num escritório, deve ter notado vários pequenos espaços de reunião no lugar daquelas salas enormes tradicionais. É o que se chama huddle-rooms, cada vez mais comuns nas empresas antenadas com as mudanças. O mesmo começa a acontecer nas escolas, particularmente no ensino superior, com os chamados “espaços ativos de aprendizado” (ALS, de Active Learning Spaces). Grandes salas de aula tendem a se tornar raridade, com a reciclagem dos métodos de ensino, e isso abre novas oportunidades tanto para os profissionais que projetam esses espaços quanto para os próprios professores e estudantes.

A principal vantagem é que professores – assim como instrutores de treinamento profissional – podem transmitir suas mensagens de modo mais eficaz a pequenos grupos. Da mesma forma, os alunos conseguem se engajar mais no processo de aprendizado, com melhor interação do que em classes grandes.

 

Espaços menores e mais dinâmicos

 

É por esse motivo que muitas universidades americanas vêm encomendando projetos de retrofit de suas instalações, com a ajuda de integradores de áudio/vídeo e automação. As grandes salas e auditórios de antes estão dando lugar a espaços mais dinâmicos e condizentes que a nova realidade da colaboração. Esta inclui, naturalmente, os trabalhos online integrando ao espaço de aula ferramentas como Zoom, Microsoft Teams ou outras similares.

Para Eric Sengel, da integradora VCA Global, de Nova Jersey, a maior preocupação das escolas é facilitar o compartilhamento de conteúdos. “Não existe um padrão de projeto definido”, diz ele. “Uma escola de enfermagem pode usar o mesmo sistema de uma de administração, embora de modos diferentes”.

No primeiro caso, acrescenta Sengel, os estudantes precisam ter mais aulas práticas, enquanto numa escola de negócios o foco é maior na leitura e compartilhamento de relatórios, planilhas e gráficos.

Outra tendência que se observa entre instituições de nível superior nos EUA é a integração entre o setor de TI e o pessoal responsável pelos equipamentos de áudio e vídeo. As equipes agora têm de responder a demandas diferentes, com os conteúdos trafegando indistintamente entre computadores, tablets, smartphones e monitores de vídeo, através da melhor conexão disponível.

 

Ensino superior e a epidemia

 

Numa das sessões da InfoComm 2020, realizada em junho, representantes de várias universidades discutiram online seus processos de transição durante a COVID-19. E o uso adequado das novas tecnologias foi um dos consensos entre os participantes. Não apenas para alunos e professores, mas também para os funcionários das escolas, muitos deles tendo que trabalhar de casa.

Com orçamentos apertados devido à crise, procurou-se maximizar os recursos já disponíveis. Um dos erros apontados foi a prioridade dada a equipamentos de vídeo, quando nos sistemas de colaboração sabe-se que mais importante é o áudio. “Se você está correndo para comprar câmeras de videoconferência, pare imediatamente”, exagerou Christopher Dechter, da Universidade de Indiana. “O foco deve ser áudio e conteúdo, se o professor aparecer na tela, ótimo, mas essa não deve ser a prioridade”.

Outra orientação apontada pelos especialistas: não cair na tentação de adotar tecnologias complexas, às quais os usuários (professores, alunos, funcionários) não estejam acostumados. Em situações como essa, é importante otimizar a experiência que todos já têm. “Não existe bala de prata”, disse Marc Cholewczynski, da Universidade State Oregon. “O momento exige uma conjunção de esforços para fazer chegar os conteúdos aos estudantes da melhor forma possível. Isso é o que interessa”.

 

*Condensado de artigos publicados no site Commercial Integrator em junho de 2020.

 

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