10 DICAS DE PRODUTIVIDADE NO HOME OFFICE


20 de abril de 2020

 

Por Orlando Barrozo

Tendo passado praticamente a vida toda diante de um teclado (comecei bem antes dos computadores, com as velhas Olivetti), acho que tenho alguma experiência com trabalho em casa. Claro, a “moda” do home office é recente, tornou-se hábito forçado há cerca de cinco anos. Mas, para quem precisa ficar longas horas diante de um computador, seja escrevendo, pesquisando ou participando de reuniões remotas, alguns aprendizados ficam para sempre.

O primeiro deles – talvez o mais importante em termos de saúde – é prestar atenção nos sinais emitidos pelo corpo. Além da cabeça, que precisa estar funcionando bem, é essencial saber cuidar dos braços, olhos e tudo que se relaciona à coluna vertebral. Qualquer médico pode confirmar: quase todo o nosso corpo sofre influência da coluna. Como feliz proprietário de duas hérnias de disco, não sou eu que vou desmenti-los.

Em tempos de quarentena, têm sido publicadas inúmeras orientações – e até tutoriais – sobre o trabalho em casa, hábito que muitos estão sendo forçados a adotar mesmo não gostando. Então, decidi dar uma breve pausa nos temas tecnológicos para falar dessa ciência que está por trás de todas as nossas atividades. Roubei algumas ideias de meu colega jornalista Brian Nadel, do ótimo site Tech & Learning, e juntei com outras que aprendi nessa já longa vida de trabalho sentado diante de uma tela.

Portanto, ao trabalho (remoto):

1.Onde deve ficar o computador

Claro, você dirá, em cima de uma mesa um escrivaninha, oras! Mas, presumindo que se trata de um desk-top, essa superfície deve estar a cerca de 1m do chão para que você não precise vergar o pescoço sobre o teclado nem esticá-lo para cima (mais sobre isso abaixo). Se for necessário, utilize itens de apoio, como livros grandes e pilhas de revistas. Ou, oras, compre (online) uma mesa nova.

2.E qual é a posição para o monitor?

Ainda pensando em desk-top, a tela deve ficar numa altura alinhada com seus olhos. E a uma distância que você possa alcançar com seu braço esticado. Se a tela tiver menos de 17”, convém aproximá-la para não forçar os olhos. Ou então ampliar a formatação para visualizar caracteres maiores.

3.Outros tipos de tela: o que muda?

Sei, você trabalha com laptop e celular. E gosta de fazê-lo deitado no sofá, na cama ou até na rede. Tudo bem. Saiba apenas que sua coluna não está gostando nada disso. Talvez ela não esteja reclamando agora, mas com certeza mandará a conta daqui a alguns anos. E não se engane: quanto mais tempo você passa lendo ou digitando em posições, digamos, heterodoxas, mais cedo a conta vai chegar. O certo é colocar o dispositivo sobre uma mesa, seguindo as mesmas regras do item 1.

4.Conforto para os braços: essencial

Tronco ereto, bem apoiado, pescoço não envergado e braços na horizontal fazem enorme diferença na produtividade de quem trabalha horas no computador. Na verdade, valem também para ver TV, dirigir automóvel e fazer refeições, mas essa é outra história. Cotovelos e antebraços devem ficar apoiados sobre a mesa, sempre, em ângulo reto com o braço. Se você usa notebook ou tablet, pense na ideia de comprar um teclado externo. Ah! Sim, também um mouse sem fio. São ótimos investimentos.

5.Cadeira ou poltrona confortável

Não, você não vai dormir sobre o teclado. A cadeira não deve ser daquelas que permitem longos relaxamentos. Há no mercado uma infinidade de modelos desenhados exatamente para trabalho. Devem ser resistentes, mas flexíveis o suficiente para permitir leves movimentos de alongamento muscular. O encosto precisa acompanhar o formato das costas e pescoço. Apoios de braço são fundamentais, assim como ajustes de altura. Agora, atenção: não caia na armadilha de comprar uma poltrona ou cadeira de trabalho pela internet, sem antes experimentá-la. É mais dor de cabeça (e nas costas também).

6.Suporte à coluna vertebral

Quem tem problemas lombares ou cervicais sabe bem: quase todos são derivados de má postura. A menos que você queira arriscar uma cirurgia (convenhamos que não é um bom momento), o jeito é reforçar os apoios e seguir as regras acima. Sabia que todos os nossos movimentos (literalmente da cabeça aos pés) são condicionados pela coluna? É de lá que saem as enervações que conduzem os comandos enviados pelo cérebro. Esses nervos são protegidos pelos músculos, e quando estes não estão bem aqueles é que gritam. Dores lombares e cervicais estão entre as piores que um ser humano pode sentir. Algumas podem se estender às mãos e aos pés. Portanto, mais respeito com essa sua companheira que alguns também chamam de “espinha dorsal”.

7.Luzes, olhos, ação!

Você pode se orgulhar de enxergar longe como um lince, mas a medicina ainda não desenvolveu remédio para o desgaste da íris, retina e demais componentes do globo ocular. Infelizmente, esses órgãos são muito afetados pelas radiações emitidas pelas telas de vídeo, mais do que pela leitura de livros, revistas ou documentos em papel. Além de manter em dia seus exames oftalmológicos, e usar óculos (do tipo correto) conforme a orientação de seu médico, a saída é moderar o uso de displays. Reduzir o brilho da tela à noite já ajuda bastante. E, se você trabalha com material impresso de apoio (guias, dicionários, planilhas, agendas…), não esqueça de uma boa luminária na mesa.

8.Aproveite os recursos de áudio

A oferta quase infinita de audiolivros, podcasts e outras formas de mídia sonora não deixa mais desculpa para quem quer aprender. Além dos milhões de vídeos disponíveis, os recursos auditivos são ótimos aliados de quem trabalha em casa. Um bom fone de ouvido ajuda na concentração, especialmente os do tipo over-ear, que cobrem totalmente as orelhas. Melhor ainda se tiverem cancelamento de ruídos. Idem para microfones, se você precisar também falar com alguém online (nem sempre dá para confiar no microfone do computador).

9.Reaprendendo a dar aulas

A quarentena é, sem dúvida, um grande desafio para professores e educadores, talvez mais do que qualquer outro profissional. Mas o ensino virtual já era mesmo tendência antes da COVID-19, portanto todos têm que “reaprender a ensinar”. Como numa aula convencional, não tem mais cabimento o professor ficar uma hora falando, e torcendo para que do outro lado da linha seus alunos estejam prestando atenção. Especialistas propõem alternar falas curtas com imagens ilustrativas que seduzam os estudantes, incluindo vídeos e gráficos animados. E métodos de avaliação interativos, que permitam conferir (mesmo) se o conteúdo foi absorvido. Para tudo isso, o professor deve se equipar com o material didático adequado, fontes de pesquisa, links que possam ser compartilhados com os alunos. E, naturalmente, todas as regras e acessórios listados nos itens anteriores. Uma dica: aplicativos de videocolaboração – como Skype, Hangouts e Zoom – também podem ser usados para aulas virtuais, permitindo a interação de dezenas de pessoas ao mesmo tempo.

10.Pausas para descanso e relaxamento

Não é fácil, mas as boas práticas de home office recomendam períodos regulares de break. O ideal é a cada hora de trabalho parar por 10 minutos, usando o próprio alarme do celular. Nesses intervalos, levantar-se, caminhar pela casa, conversar com a família, ligar a um amigo para “jogar conversa fora”… Tudo isso ajuda a desligar e relaxar. Uma dica adicional: manter a hidratação do corpo o dia todo, com uma garrafinha de água filtrada sempre sobre a mesa. Aqui, é bem o caso de se dizer: “beba sem moderação”. Sem dúvida, é um teste de disciplina que, acreditem, traz frutos à saúde e à produtividade profissional. Quando a quarentena passar, você terá adquirido novos e saudáveis hábitos.