ESPAÇOS DE TRABALHO BARULHENTOS PEDEM TRATAMENTO ACÚSTICO EQUILIBRADO

4 de dezembro de 2019

Vamos admitir, a maioria das construções modernas têm som ruim. Com paredes e tetos de superfície rígida, as pessoas começaram a perceber que nesses espaços está aumentando a incidência de eco (reverberação). A solução, claro que é incorporar tratamentos acústicos. Mas não basta, como muitos pensam, colar alguns materiais pré-fabricados nas paredes e tetos.

Para conseguir bom resultado, primeiro se deve entender que existem dois tipos de tratamento acústico – absorventes e difusores – que podem ajudar a aliviar a reverberação em estúdios, cinemas e teatros. Absorventes reduzem o excesso de som refletido em uma sala enquanto difusores ajudam a espalhar essas reflexões.

Combinando essas soluções, conseguem-se experiências acústicas mais limpas e satisfatórias, porque elas mantêm a quantidade de reverberação adequada, que é a chave para o cérebro perceber os sons de modo mais preciso (a chamada “imagem sonora”). O fator mais importante para a acústica das salas é achar o melhor balanceamento entre absorção, propagação e posicionamento.

Pontos de reflexão

Em todo projeto acústico, é preciso determinar quando, onde e por que devem ser usados os absorventes e/ou difusores. E, para isso, primeiro você deve saber os fatores que contribuem para a propagação dos sons em cada sala.

As áreas onde o som reflete primeiro, após ser gerado pela fonte, são conhecidas como Primeiro Ponto de Reflexão. São responsáveis pelo primeiro e pior efeito na acústica de uma sala. Superfícies duras e planas refletem mais fortemente o som original, e essas fortes reflexões se chocam com os sons da fonte, criando interferências que são péssimas para quem está ouvindo.

Após localizar todos os pontos de

reflexão primária,

deve-se tratá-los com materiais absorventes,

difusores ou ambos.

Aqui, algumas dicas de como conduzir esse procedimento na prática:

Trabalhando com um assistente, sente no lugar que considere “o melhor” para ouvir e fique de frente para as caixas acústicas.
O assistente deve colocar um espelho de mão contra uma das paredes, na altura da pessoa que está sentada, e mover o espelho horizontalmente junto da parede até que a pessoa possa ver o centro da caixa acústica mais próxima da parede.
Marque a posição do espelho com uma fita adesiva – este é o ponto de reflexão primário para a caixa naquela parede.
Repita os passos 1-3 na outra parede. Você também pode achar o ponto de reflexão primário para a parede frontal (aquela que você olha quando está ouvindo algo).

Procedimentos parecidos devem ser seguidos para medir as reflexões no teto, que geralmente é uma superfície larga e plana que contribui para fortes reflexões. Após localizar todos os pontos de reflexão primária, já se pode decidir como tratá-los – seja com absorventes, difusores ou ambos, dependendo dos resultados desejados.

Absorção, difusão… e tratamento

Quando um som reflete em uma parede, alcança o ouvinte frações de segundo depois do som original. Pelo fato da reflexão ser uma versão “atrasada” do som original, prejudica a capacidade do ouvinte perceber a direção e a composição do som. E, conforme vão enchendo a sala, os sons também geram interferências entre si, e o resultado disso é uma acústica pobre: muito eco e baixa inteligibilidade.

Para a maioria dos pontos de reflexão primários, a melhor solução é usar difusores acústicos, que espalham a energia do som, reduzindo as interferências causadas por fortes reflexões não tratadas. Embora os painéis absorventes reduzam a energia das reflexões, precisam ser utilizados com cautela – aliás, um problema critico em muitos lugares de uso público.

De modo bem genérico, pode-se afirmar que difusores acústicos não diminuem tanto o volume de som ambiente nem a percepção das tonalidades sonoras quanto o excesso de materiais absorventes – embora também tenham seus inconvenientes.

*Extraído de artigo publicado no site My Tech Decisions. Clique aqui para ver o original na íntegra.

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