PRÓS E CONTRAS DO RECONHECIMENTO FACIAL EM ÁUDIO & VÍDEO


21 de agosto de 2019

Por Craig MacCormack*

Certamente existem lugares em que o reconhecimento facial pode ajudar, mas será que precisamos deles em arenas de esportes, lanchonetes e em shoppings? Recentemente, a deputada Alexandria Ocasio-Cortez, de Nova York, declarou por que se opõe ao uso de tecnologias de reconhecimento facial, o que me fez pensar a respeito.

Deixando a política de lado, não entendo por que teria que usar meu olho ou minha digital para poder entrar num estádio de beisebol. E prefiro esperar alguns minutos para ser atendido do que ter uma foto minha ao lado do pedido na minha lanchonete preferida.

Sei que alguns podem reagir com desdém às minhas queixas. Nos dias de hoje, todos estamos consumindo tecnologia o tempo todo para poder reduzir em alguns milisegundos o tempo que esperamos por alguma coisa. Mas vou insistir: tenho visto e ouvido as mais diversas manifestações sobre o tema do reconhecimento facial vs defesa da privacidade, e gostaria de compartilhar algumas dessas ideias aqui.

“Não me importo de entrar numa lanchonete

e já encontrar meu pedido pronto no balcão porque

eles reconheceram meu rosto”.

OK, mas é bom saber que há diferenças sutis nos sistemas de sinalização digital, como me disse Alex Fortin, especialista da Novmega. Uma coisa são os dispositivos de reconhecimento facial, e outra são os recursos de video analytics, que são anônimos e ainda precisam melhorar muito, diz Fortin. “Ainda são muitos os fatores que intereferem na análise desses dados”.

Outra empresa especializada, a Mad Systems diz que

trabalha numa tecnologia – ainda não patenteada – capaz de entregar análises anônimas a partir de material audiovisual com grande veracidade. Seria possível, por exemplo, a administração de um museu oferecer conteúdos a cada faixa etária de seus visitantes (crianças de 3 a 5 anos, 6 a 8 anos, adultos, etc.), na linguagem adequada, sem precisar saber nada sobre essas pessoas; os dados seriam apagados durante a noite.

“A tecnologia que estamos patenteando trata de aspectos faciais, cores, texturas e reconhecimento de placas de automóveis”, diz a empresa. “É o que chamamos LookingGlass Concierge, destinado a sistemas de atendimento ao cliente. Não armazenamos imagens, nem utilizamos conexão de internet, de modo que a privacidade é preservada”.

A Mad Systems garante que nada disso envolve qualquer tipo de monitoramento, espionagem, vazamento de informação ou haqueamento. Mas outro especialista, Gabriel Moronta, que é consultor de áudio e vídeo, nos diz que existem riscos. “Essas tecnologias certamente serão úteis no comércio, por exemplo, para se saber quantas pessoas entraram na loja, que tipo de pessoas vão a determinado setor da loja, se é homem ou mulher. O problema é que uso os responsáveis farão sobre esses dados”.

O professor de ciência da computação Philip Leimbach não quer que o supermercado tire fotos suas, nem aceita que o governo tenha acesso a esse tipo de dados, apesar das alegações de segurança. Já Will Amos, da Diversified, empresa de New Jersey especializada em projetos de sinalização digital, vai na direção contrária. “Querendo ou não, haverá muito debate até as pessoas se familiarizarem com essa inovação”, diz ele.

“Acho bom que haja câmeras em todos os lugares, se isso significa mais segurança, mais dinheiro para o país ou para atender melhor às minhas necessidades”

Sim, ainda haverá muita discussão a respeito. Reconhecimento facial é algo que está se tornando cada vez mais comum, e não há muito que fazer para evitá-lo. É como aquele veículo autônomo em fuga, que acabou de pular na calçada e está vindo em sua direção.

*O autor é editor-chefe do site Commercial Integrator. O artigo pode ser lido na íntegra neste link.

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a href=”https://www.businesstech.net.br/site/2015/09/as-novas-caras-do-reconhecimento-facial/”>AS NOVAS CARAS DO RECONHECIMENTO FACIAL

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