O IMPACTO DOS ASSISTENTES DE VOZ NOS PROJETOS DE SALAS CORPORATIVAS


10 de julho de 2018

Por John Greene*

Até agora, os assistentes pessoais do tipo Alexa ou Google Assistant têm sido vistos apenas em residências e em alguns modelos de automóveis. Até agora. Estão chegando chegando os assistentes AI (Artificial Intelligence), com sensores de voz que têm recursos para aumentar a produtividade e facilitar a colaboração nos espaços de trabalho. Por enquanto, a mais conhecida dessas soluções é o Alexa for Business, da Amazon.

Porém, antes de adotar um dos sistemas já disponíveis no mercado, é preciso repensar o design de escritórios, salas de reunião e demais áreas colaborativas. É importante pensar em como os dispositivos AI ativados por voz irão se encaixar nesses espaços. Sua empresa pode adquirir o melhor equipamento possível, mas não será de grande valia se esse estudo prévio não for feito.

A chegada dos assistentes AI chama atenção para o desenho dos espaços corporativos. Um sistema de controle de voz será parte importante do sistema audiovisual já existente. Em salas de reunião, de aula ou de conferência, onde já existem microfones, alto-falantes, monitores e sistemas de projeção, o espaço deve ser redesenhado para obter o melhor aproveitamento dessa inovação.

Exemplo: a mesma sala usada para reuniões físicas pode agora ser adaptada para trabalhos colaborativos virtuais. Dependendo do assistente escolhido, será necessário observar a distância em relação a cada participante da reunião, de modo que todos os comandos de voz sejam captados e transmitidos corretamente. Portanto, o projetista terá que checar as exatas medidas da sala e as posições dos participantes.

Claro, quem opta por um assistentes virtual vai querer praticidade, a começar dos próprios comandos por voz. Se as pessoas tiverem que ficar repetindo os comandos ou gritando diante do equipamento, não vai funcionar. Lembre-se que, durante uma conferência, não será possível berrar para o assistente virtual colocado do outro do auditório – apenas um exemplo trivial. A reunião deve ser mais produtiva, não mais barulhenta.

Outro ponto a ser analisado ao desenhar o espaço é a capacidade do assistente reconhecer várias vozes diferentes. Detalhe crucial: se for um auditório, ou mesmo uma sala de treinamento, o aparelho pode interpretar manifestações da plateia como “comandos”. Pode-se imaginar a confusão resultante.

COMO FICA A ACÚSTICA DA SALA?

Tão importantes quanto o posicionamento de microfones e alto-falantes são as características acústicas da sala. Se há excesso de eco, por exemplo, com certeza isso irá prejudicar a inteligibilidade e o desempenho do sistema. Será fundamental pensar em aumentar os níveis de absorção dos tetos e paredes, com revestimentos apropriados, para reduzir o ruído ambiente. Detalhe: essa recomendação vale tanto para uma grande sala de conferência quanto para uma huddle-room.

Um ponto relevante aqui é a mobília. O desenho da sala depende da quantidade e posicionamento dos móveis utilizados, e para garantir boa reprodução sonora é aconselhável que a acústica não seja muito “viva” (móveis com revestimento macio absorvem mais, enquanto superfícies duras – vidro, metal – refletem as ondas sonoras, gerando mais eco e ruído).

Por fim, deve-se pensar numa integração adequada do assistente virtual às rotinas da empresa. Nesta fase inicial, é interessante a cooperação do fabricante e do integrador com os futuros usuários; diretores e/ou administradores devem relatar suas reais necessidades e preocupações. E estar abertos a, quem sabe, mudar a forma de conduzir as reuniões, caso isso resulte em maior produtividade com o uso da nova tecnologia.

Certamente serão necessários testes e um período de aprendizado. Assistentes virtuais podem ser valiosos em diversos setores de atividade, mas as soluções devem ser específicas para cada ambiente.

*O autor escreve para o blog New Era. O artigo foi publicado originalmente no site AVnetwork. Clique aqui para ver a íntegra em inglês.