RIO 2016: UM SHOW DE ESPORTES E TAMBÉM DE TECNOLOGIA


8 de agosto de 2016

Por Craig McCormack*

Os Jogos Olímpicos de verão, no Rio, vêm sendo comentados há meses de modo negativo, devido aos riscos à saúde dos participantes e dos espectadores. Mas são um show inovações tecnológicas, tanto nas transmissões de TV quanto nas próprias arenas de competição, incluindo o material usado pelos atletas. Dos videowalls aos conteúdos transmitidos em realidade virtual, via TV ou streaming, a tecnologia está por toda parte nesta Olimpíada.

Um exemplo é o da Leyard, proprietária da Planar, que forneceu três videowalls de led, da série TVH, para a rede NBC, responsável pela transmissão do evento para os EUA. O equipamento foi instalado no Olympic Broadcast Center, no Parque Olímpico, e há ainda um outro videowall do lado de fora do centro de televisão. A tela externa mede 6m de largura por 4m70 de altura e é composta por 169 monitores LED-LCD; os videowalls internos contêm 56 monitores, medindo 2m40 x 2m10; todos têm pitch de 1,9mm e capacidade para reproduzir imagens 4K.

rio_2016a  Já a japonesa Audio Technica – parceira antiga da NBC – está fornecendo microfones, fones de ouvido para o pessoal de broadcast e também fones monitores para a equipe da NBC na Olimpíada. Microfones estéreo do tipo shotgun são montados nas câmeras para acompanhar mais de perto as ações; outros modelos captam o som ambiente nas diversas arenas.

Para os apresentadores, repórteres e comentaristas, foram destinados headsets estéreo compatíveis com áudio sobre IP, que permitem separar as vozes do som ambiente. Nas entrevistas, são usados microfones dinâmicos cardióides. Já os editores utilizam microfones com receptor de RF e consoles submix.

Mas talvez a novidade mais aguardada é a transmissão de conteúdos em realidade virtual (VR). A NBC promete um total de 85 horas de imagens desse tipo, que poderão ser captadas em óculos Gear VR e smartphones Galaxy, da Samsung. A NBC criou também um aplicativo para quem quiser acessar. A tecnologia VR permite que o espectador se sinta “transportado” para espaços como o estádio do Maracanã e a praia de Copacabana (nesta serão realizados os jogos de vôlei de praia).

A captação das imagens em VR será de responsabilidade do OBS (Olympic Broadcasting Services),

contratado pelo Comitê Olímpico Internacional. A programação inclui as cerimônias de abertura e encerramento, além de alguns jogos de basquete, vôlei de praia e provas de aletismo, ginástica, esgrima, boxe e saltos ornamentais. Os conteúdos em VR, no entanto, não serão ao vivo: serão colocados no ar sempre com um dia de atraso.

Trabalho semelhante será realizado pela Globosat, em parceria com a Samsung. Veja aqui os detalhes.

Além da NBC, a Comcast também tem os direitos para transmitir os Jogos do Rio para os EUA, em live-streaming. A operadora promete 4.500 horas de vídeo, além de exibir conteúdos em 4K com um dia de atraso.

Outra grande inovação neste evento será o uso de dispositivos vestíveis por parte dos atletas. Muitos – incluindo os ídolos LeBron James (basquete), Michael Phelps e Ryan Lochte (natação) – usarão pulseiras high-tech, que lhes fornecem informações sobre seu desempenho nos treinos – nos jogos oficiais, isso não é permitido. A pulseira é capaz de medir batimentos cardíacos, pulsação e temperatura do corpo, além de detectar se a carga de treinamento está exagerada e se há possíveis contusões.

Outro avanço tecnológico notável partiu do professor e pesquisador brasileiro Marcelo Blois Ribeiro, que trabalha para a General Electric. Ele desenvolveu um aplicativo para a equipe de canoagem do país, em que sensores instalados no barco se conectam aos atletas para medir seus níveis de esforço físico e sua evolução dentro de uma prova. O dispositivo também consegue identificar quando um atleta perde a concentração. A GE enviou drones para o Rio, e pretende transmitir imagens da Olimpíada diariamente através do Facebook Live, destacando aspectos ligados ao uso da energia, cuidados com a saúde e iluminação durante o evento (são as áreas onde a empresa atua).

Também a LiveU, especializada em distribuição de vídeo pela internet, está presente à Rio 2016, com 80 profissionais. A empresa promete 15 mil sessões de vídeo ao vivo usando seu equipamento, que consiste de câmera acoplada a processador de streaming, transmissor multiponto e extensor de antena; o conteúdo pode ser acessado por até 100 pessoas ao mesmo tempo. Equipes da LiveU estão espalhadas pelas arenas do Rio, e a empresa montou vários hotspots para enviar e receber sinal Wi-Fi.

Também está sendo importante nos Jogos o papel da japonesa NHK, rede estatal de televisão que produz imagens do evento no padrão 8K (7.680 x 4.320 pixels), ou Super Hi-Vision. Em Tóquio e Osaka, a empresa montou equipamentos especiais para receber esses sinais via satélite e também por redes submarinas de fibra óptica.

Neste link, veja mais detalhes sobre a tecnologia das transmissões dos Jogos Olímpicos a TV brasileira.

 

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