OS DESAFIOS DA TECNOLOGIA HDMI NO MUNDO DAS REDES 4K


11 de julho de 2016

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Lançada oficialmente em 2004, a tecnologia HDMI (High Definition Multimedia Interface) rapidamente se transformou em padrão mundial para conexões digitais de áudio e vídeo de alta definição. No entanto, apesar de ser tão conhecido e adotado, o protocolo está em constante evolução. Agora, por exemplo, com a introdução das redes 4K (Ultra HD), foi necessário criar uma nova versão (HDMI 2.0a) capaz de dar conta da enorme quantidade de dados transferidos e protegê-los contra o grande temor dos detentores de conteúdo, que é a cópia não autorizada.

Um dos grandes méritos do HDMI é se manter compatível ao longo de várias gerações de produtos. Para trabalhar na versão 2.0a, por exemplo, não há necessidade de trocar os cabos. É bom lembrar que a versão HDMI 2.0 foi lançada em 2013, quando os primeiros displays 4K começavam a chegar ao mercado internacional. Foi um enorme salto em relação à versão anterior (1.4). Já então sabia-se que teríamos gravações em HDR (High Dynamic Range), exigindo ainda mais das redes. A versão 2.0a é de abril de 2015.

Esse tipo de processamento amplia incrivelmente os níveis de contraste, acentuando os pontos mais claros e mais escuros do sinal de vídeo. Ou seja, estamos falando de mais banda passante (throughput): 18 Gigabits por segundo, contra o máximo de 10Gbps em HDMI 1.4. Se UHD significa quatro vezes mais resolução que o HD usado hoje na maioria das redes, UHD HDR vai mais além nas especificações de luminância e profundidade de cores.

 

CARACTERÍSTICAS DO SINAL HDR*
Resolução 3.840 x 2.160 ou 4.096 x 2.160 pixels
Frequência de quadros 30 ou 60fps
Espaçamento de cor Rec.2020
Código de proteção  HDCP 2.2
*Cabos e conectores HDMI devem ser compatíveis com essas especificações

 

Mais: é preciso dar suporte a vídeo gravado em taxas de quadros mais altas. Até agora, o mais comum era o padrão do cinema, que trabalha com frequências de 30 ou 24fps (frames per second). No mundo UHD, encontra-se imagens registradas em 60fps, que podem ser reproduzidas em displays e projetores top de linha das principais marcas.

Nesses aparelhos, a atualização do firmware HDMI para 2.0a é relativamente fácil, via download, podendo-se continuar usando os mesmos cabos High-Speed. Também conforme estava previsto na evolução do protocolo, essa versão do HDMI permite trafegar sinal de áudio surround nos novos modos object-based, como Dolby Atmos e DTS:X (até 32 canais).

Em suas justificativas técnicas, o HDMI Forum informou que a atualização 2.0a teve o objetivo de facilitar a distribuição de vídeo em HDR, citando inclusive um documento da Consumer Technology Association que trata do assunto: CTA-861.3 (clique aqui para baixar o original). Foram introduzidas especificações para metadados, que “avisam” os aparelhos sobre o tipo de sinal que está trafegando. Os chips dos conectores “entendem” que o sinal contém mais informações de cores, brilho e contraste, de modo que a reprodução mantenha essas características.

Ao projetar e instalar redes 4K, é importante levar em conta que essas especificações não valem para conexões da internet, onde não se usa HDMI. Esse detalhe vem provocando dúvidas entre usuários e instaladores, já que a única forma de obter conteúdo 4K atualmente está nos serviços de streaming, como Netflix e Amazon (no Brasil, também Globosat Play). Discos Blu-ray 4K só agora começam a ser lançados.

Para redes corporativas, o mais importante é que todos os componentes – players, displays, processadores, matrizes – “aceitem” a linguagem HDMI 2.0a. Caso um deles não aceite, o sinal é simplesmente bloqueado. Isso porque a especificação impôs a codificação anticópia HDCP 2.2, parte integrante do HDR. O código High-bandwidth Digital Content Protection foi criado por exigência dos estúdios de Hollywood e, claro, não precisa ser usado em todo material que circula na rede da empresa. Mas, sem ele, é impossível reproduzir conteúdos 4K gravados em disco, por exemplo.

 

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