INFOCOMM 2016: AS PRINCIPAIS INOVAÇÕES EM DISPLAYS


14 de julho de 2016

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Por Alan C. Brawn* Historicamente, as empresas esperavam a InfoComm para lançar seus novos produtos, gerante muita expectativa. Hoje, os lançamentos acontecem o tempo todo. E, embora isso possa tirar um pouco do impacto, vimos alguns produtos muitos interessantes na edição deste ano.

Muitos desses produtos não eram propriamente revolucionários, mas sua evolução nos indica para onde caminha a indústria. Aqui, vamos focar nos displays, que são a principal categoria na InfoComm, e revelar algumas pérolas que muitos estarão usando em breve. Como de costume, os estandes foram dominados pelas grandes marcas, com telas cada vez maiores, ultrafinas, e o 4K se destacando. Vimos ainda os displays OLED finalmente se expandindo de modo muito criativo.

sony

O que mais chamou a atenção foram os displays LED de visão direta (direct-view). Quando pensávamos já conhecer essa tecnologia, a Sony foi além e mostrou que estamos apenas no começo. Seu imenso painel CLEDIS (Crystal LED Integrated Structure), com 9m de largura e 3m de altura, exibia imagens na resolução 8Kx2K. A separação (pixel pitch) foi especificada em 1,2mm, mas isso não é o mais importante. Num videowall convencional de LED, o dispositivo RGB ocupa entre 50% e 70% da área de pixels. Aqui, a área de emissão é de apenas 1%, ou seja, 99% se compõe de preto, permitindo contraste mais alto, especialmente em ambientes iluminados.

Foi um sucesso entre os visitantes da InfoComm, mas é bom avisar que esse é apenas o início da tecnologia LED direct view. Todos os grandes fabricantes – Samsung, NEC, Christie, Barco, Planar, Panasonic e outros – estão aderindo. Também vimos empresas como Daktronics, Watchfire e ADTI Media, do segmento digital signage, entrando nesse segmento. E havia na feira aproximadamente outras 20, menos conhecidas.

Será interessante observar para onde irá migrar o mercado, com tantos fornecedores. As marcas mais famosas levam vantagem de início, mas como a maioria dos fabricantes vem da China, e os preços tendem a cair, será que o mercado irá se fragmentar? Só o tempo dirá. O que sabemos é que a tecnologia LED direct view terá forte impacto no setor de telas grandes, videowall e projeção.

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Para quem não acredita, basta ir ao bar do Hotel Westgate, em Las Vegas: ali, há um display Christie Velvet de 7 metros, composto por 1.640 leds de 2,5mm, que produz mais de 65 milhões de pixels.

Voltando nossa atenção para o tema principal da indústria de displays atualmente, vamos examinar alguns exemplos de avanço em paineis LCD e OLED. Como já dissemos, 4K vai se tornando mais comum conforme os preços caem… e há enorme expactativa sobre as promessas do HDR (High Dynamic Range) à medida que essa tecnologia migra para o campo comercial. Os displays estão ficando mais finos e mais leves, com capacidade para uso 24×7.

Estamos vendo o crescimento dos SoC (System on a Chip), lançado pela Samsung, além de sistemas modulares de vários fabricantes, em soluções all-in-one. Outros trazem pacotes interativos e white boards próprios. A mesma Samsung exibiu na InfoComm novos avanços em LCD, como a série P, lançada sob a marca SMART Signage Platform 4.0, que utiliza o sistema operacional Tizen, exclusivo a empresa, e não mais Linux.

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Esse produto aumenta a velocidade na transmissão dos dados, além de oferecer tempo de resposta menor e melhorar as visualizações gráficas. Dentro do conceito “menor é melhor” (ou “mais fino é melhor”), a empresa apresentou ainda o videowall LCD UH55F-E, de espessura ultraestreita: 1,4mm, o mais próximo que se pode chegar de um display LCD sem bordas.

Em relação ao tamanho das telas, o pessoal da Sharp se destacou com o modelo LCD Class 4K, de 120”. Demonstraram ainda o LCD Class 8K 85”, de 120Hz, que utiliza a tecnologia IGZO. A propósito, tecnologias como IGZO e Quantum Dot é que estão permitindo estender a vida útil do LCD.

arch_oledÉ importante mencionar também a NEC, não exatamente por seus displays, mas em aplicações de conteúdo específicas, que vão além dos limites do 16:9. Eles misturaram tamanhos e formatos de tela, com projetores e displays, para ilustrar o que pode ser feito com um pouco de criatividade.

Não há dúvida de que a tecnologia OLED está em expansão. Na Samsung, vimos os displays transparentes, assim como os LookThru, da Planar, e a NEC exibiu um protótipo OLED de 55”. Mas foi a LG que decidiu avançar mais, atraindo muita atenção em seu estande com várias versões de seu OLED superfino. A linha incluiu um modelo dual-view plano de 55” e um curvo de 65”, que podem inclusive ser usados em conjunto. E um display em formato “arco” de 55” que pode ser montado em forma côncava ou convexa para instalações imersivas do tipo “túnel”.

Claro que não esqueceram do LCD e sua rara aplicação alargada, em 86”, com relação de aspecto 58:9 (Ultra Stretch IPS).

Embora os displays planos tenham conquistado popularidade nos últimos anos, os projetores continuam sendo a melhor escolha para telas acima de 100”. Na InfoComm 2016, tivemos inúmeras novidades a respeitro, incluindo projeções edge-blending, projeção mapeada (Christie, DPI, Barco e Panasonic), assim como 4K DLP de 1-chip, da Texas Instruments, sem mencionar as lentes zoom zero-loss, da Canon.

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Mas a atração maior foi a iluminação solid-state. Se há dúvidas, basta perguntar o que há em comum entre Casio, NEC, Christie, Canon, DPI, Barco, BenQ, Panasonic, Optoma, Ricoh, Sony, Vivitek, Epson, Hitachi, Viewsonic e Eiki. No fundo, tudo está ligado à forma de gerenciar a luz nos projetores, e hoje a maioria tende para os dispositivos de estado sólido. Começou com os leds substituindo as lâmpadas, depois evoluiu para LED+Laser, Laser+ Phosphor e RGB Laser. Os benefícios são muitos: 20 mil horas de vida útil com baixo TCO (total cost of ownership), maior gama de cores e também melhor espaçamento de cores (color space).

 

*Alan C. Brawn é CTS InfoComm, além de consultor com titulações ISF-C, DSCE, DSDE, DSNE e DCME.