NOVAS TELAS MOSTRAM SOLUÇÃO PARA CONTROLAR A LUZ NA SALAS


17 de maio de 2016

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Por Bill Livolsi*

Nos últimos anos, todos os fabricantes de projetores vêm tentando enfrentar o desafio de controlar a luz nos ambientes. Como se sabe, a entrada errática de luminosidade pode significar a morte para os níveis de contraste e de envolvimento do usuário. Uma saída tem sido produzir projetores com mais brilho, enquanto os fabricantes de telas procuram otimizar o contraste e a rejeição à luz ambiente.

Existe abordagens diferentes, mas no geral o conceito é chamado de ALR (Ambient Light Rejection). Basicamente, trata-se de criar “filtros” à incidência de luz sobre a tela, o que pode ser obtido de algumas maneiras. Para entender, talvez seja necessário um pouco de física. A maioria das superfícies reflete a luz em todas as direções de modo mais ou menos equitativo. É por isso que se pode, por exemplo, olhar para um quadro na parede e enxergar a mesma imagem de qualquer ângulo.

Essas superfícies são chamadas “refletores difusos”, enquanto espelhos são definidos como “refletores especulares” – refletem no ângulo exatamente oposto àquele em que a luz incide. Todas as telas de projeção são refletores difusos em alguma medida. Algumas são quase perfeitas nesse sentido; outras são parcialmente difusas e parcialmente especulares: refletem a luz mais numa direção do que em outras e, com isso, tornam a imagem mais brilhante para quem olha daquela determinada posição.

As telas ALR refletem somente a luz que vem do projetor, montado de frente; as luzes secundárias são desviadas, tornam a imagem menos lavada.

Essa categoria inclui a maioria das telas de alto ganho, assim como as silver screens, usadas em sistemas de projeção 3D polarizada. Muitas telas do tipo ALR funcionam dessa maneira, e um artigo que escrevemos a respeito em 2004 continua válido hoje (leiam aqui). Ao refletir a luz de forma seletiva, pode-se posicionar o projetor para que a imagem seja direcionada aos olhos da plateia, enquanto as outras luzes existentes na sala sigam em outra direção.

Uma tela ALR possui várias camadas, uma delas com espessura da ordem de 0,3mm e revestida de partículas invisíveis a olho nu. Olhando num microscópio, revela-se uma seção serrilhada cuja função é dispersar tudo menos a luz direta.

Isso significa que as modernas telas ALR possuem um ângulo sweet spot, em que a imagem atinge seu nível mais brilhante e há um ponto correspondente “ideal” para se assistir. A luz vinda de outros ângulos é parcialmente redirecionada, de modo a reduzir seus efeitos deletérios sobre a imagem projetada.

Não é mágica, apenas física. Telas ALR só funcionam se a luz ambiente e a luz do projetor estiverem vindo de direções diferentes. Se você colocar o projetor no fundo da sala, com uma lâmpada ao lado, a tela ALR não irá adiantar. Mas, se o problema é amenizar as reflexões provocadas por paredes brancas, luzes de teto ou mesmo a luz do sol que entra pela janela lateral, essas telas podem ser muito úteis.

Algumas telas ALR são também “ópticas”: possuem um elemento interno de aspecto similar a uma lente, que permite direcionar a luz para onde se deseja. Telas ópticas tendem a ser completamente rígidas (ou semi-rígidas), ou seja, menos flexíveis que as convencionais. No entanto, alguns modelos novos podem até ser enrolados para transporte.

Com uma tela desse tipo, além de se evitar o efeito washed-out (“imagem lavada”), conseguem-se cores mais vibrantes e níveis de preto pais pronunciados, inclusive em salas iluminadas, além de uma resposta espectral mais homogênea. É uma exigência principalmente no segmento residencial, onde se pretende aumentar o tamanho das telas mas nem sempre é possível controlar a luz ambiente.

*Artigo publicado no site Projector Central. Clique aqui para ver o original, em inglês, na íntegra.