A convergência do AV para TI


25 de fevereiro de 2016

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Por Marcel BriantNas últimas edições dos principais eventos mundiais de PRO AV (Infocomm, NAB, CES, ISE) ficou claro que, o que antes era uma tendência crescente, tornou-se realidade: a indústria de Tecnologia da Informação (TI) havia, finalmente, incorporado o AV. Por todos os corredores, salas de reuniões, espaços informais (“hudlle spaces”) e estandes, não era difícil se deparar, por exemplo, com termos como “taxas de transferência de dados” e “velocidades de transmissão” em descrições de produtos e soluções.

Tecnologias inovadoras de streaming e compressão de vídeo para tráfego por redes IP (H.265 ou HEVC), distribuição de áudio por IP, controle e automação utilizando nuvem (Cloud), novos formatos de conexão (USB-C que compatibiliza DP, HDMI, Energia, USB 3.1 e VGA) e uso de dispositivos móveis conectados à internet (BYOD) estão presentes em praticamente todas as empresas de tecnologia de vanguarda.

Basicamente, o mercado tradicional de PRO AV está se ramificando em três categorias: Colaboração e Apresentação sem Fio, Controle e Automação baseado em Nuvem e AV sobre IP. O hardware vem dando lugar ao software, e a melhor interface liderará o mercado. Pessoas fazem escolhas baseando-se na experiência como usuários, o que está diretamente ligado à interface – vide o exemplo dos sistemas operacionais móveis, como iOs, Android e Windows.

A indústria do PRO AV aprenderá, assim como o mercado de broadcast aprendeu a duras penas, que o tráfego de áudio e vídeo significa algo totalmente diferente no mundo IP. Em breve, um roteador IP conectado à nuvem será todo o hardware que precisaremos para distribuir conteúdo em ambientes corporativos, governamentais e públicos, incluindo o Digital Signage.

Equipamentos de áudio e vídeo tradicionais ainda serão necessários por um bom tempo, e a indústria sempre requisitará integradores de sistemas profissionais e especializados na execução de projetos de salas e ambientes – porém, cada vez mais voltados à implementação de equipamentos e dispositivos que sejam capazes de “conversar” em rede, enquanto os demais elementos serão todos alocados em nuvem.

Tais mudanças terão um profundo impacto no mercado, e aqueles que ignorarem essa transformação correm o risco de ficar para trás. O mais excitante desta história é que, uma vez parte de um ecossistema maior – a indústria de TI – novas possibilidades se abrirão para o PRO AV.

Marcel Briant é diretor executivo da Kramer do Brasil