BYOD & WYOD: o futuro da sala de reunião


13 de novembro de 2015

boyd

 

Por Marcel Briant*

Muito tempo é gasto em reuniões. E quando essas reuniões não são produtivas, fica mais evidente tanto o tempo gasto pelos envolvidos, como o dinheiro desperdiçado pelas corporações. Sobre essa situação, uma pesquisa realizada pela revista americana PFM levantou alguns pontos sobre os quais vale a pena refletir.

A pesquisa mostra, por exemplo, que 65% dos funcionários gastam entre 25% e 50% do seu tempo em reuniões de negócios; que 60% dos entrevistados têm problemas com follow-up após as reuniões; que 45% têm problemas com a tecnologia utilizada durante a reunião; e 75% dos respondentes acham que seria muito importante poder mostrar o conteúdo de seus tablets ou smartphones durante essas reuniões.

Essas constatações mostram a necessidade de se discutir sobre a adequação e o futuro das salas de reunião. E, além disso, de se avaliar a relevância de três fatores em particular: aplicações móveis, computação em nuvem e tecnologias que melhorem a experiência virtual.

Parte importante da atual transformação no ambiente corporativo, o conceito de BYOD (Bring Your Own Device) vem sendo impulsionado principalmente pelos profissionais da “geração Y”, ou “Millennials”. Eles estão mais dispostos a unir vida pessoal e profissional, bem como a trabalhar a qualquer hora e de qualquer lugar – tudo a partir de seus próprios dispositivos móveis.

Os “nativos digitais” adotam naturalmente o BYOD, e para as empresas é vantajoso integrá-los ao ambiente de escritório de uma forma mais estruturada, pois torna todos os funcionários mais engajados e confortáveis com o uso da tecnologia, além de racionalizar as práticas de trabalho. Afinal, se mais smartphones e tablets estão sendo usados nos escritórios, então por que não aproveitar esses dispositivos cada vez mais poderosos, especialmente em espaços de colaboração, tais como salas de reunião?

O aumento no uso de smartphones, tablets e outros dispositivos móveis a partir das redes corporativas e servidores Exchange está desafiando a área de TI. Esta é uma tendência que só vem ganhando força, e a mudança é tão rápida e constante que já está na hora até mesmo de rever a estratégia de BYOD para acomodar os aparelhos vestíveis, como o Apple Watch, só para citar um dos mais conhecidos.

O chamado WYOD (Wear Your Own Device), assim como o BYOD, não é uma moda passageira; ele pode até ser “fashion”, mas veio para ficar. A expectativa é que o número de dispositivos vestíveis vendidos chegue a 300 milhões até 2018. Por isso, as empresas também precisam (in)vestir!

O que isso tudo significa para os CIOs? Que não há como fugir do BYOD e do WYOD, e ambos podem ser valiosos para ajudar a solucionar o problema do tempo e dinheiro perdidos em muitas reuniões. Esses CIOs precisam converter o departamento de TI em serviço e considerar que, hoje, a cafeteria da esquina pode ser uma sala de reunião, onde cada participante estará munido de seu smartphone, tablet ou wearable.

Mais transformações estão a caminho, aliás, a mudança é uma das poucas certezes que temos.

 

(*) Marcel Briant é diretor executivo da Kramer do Brasil