OLED 4K: até onde pode chegar a qualidade da imagem?


18 de maio de 2015

Por Geoffrey MorrisonJá comentamos algumas vezes que a tecnologia OLED oferece a melhor qualidade de imagem já vista em TVs, como taxas de contraste e níveis de preto praticamente infinitos, que chegam a causar vergonha aos plasmas e LCDs.

Achávamos que os modelos OLED 4K/Ultra-HD seriam caros demais para ser lançados agora, mas mesmo assim a LG decidiu tentar. Agora que esses aparelhos estão no mercado, pode-se perguntar: qual será a próxima etapa? Se esse casamento de contraste com resolução produz imagens tão perfeitas, será que a corrida acabou? Foi finalmente descoberto o “manto sagrado” da qualidade em vídeo?

Boa pergunta, sem dúvida. Leitores questionam se a tecnologia OLED 4K seria o fim da linha no aperfeiçoamento da experiência de ver televisão. Afinal, a realidade é que deve haver um limite nessa evolução. Já houve manifestações similares no passado; por exemplo, quando surgiu o Blu-ray muitos perguntavam se aquilo era necessário, considerando a ótima qualidade do DVD. No caso do OLED, sempre indicamos a importância do contraste nos displays e, agora, sabemos que nesse aspecto nada supera essa tecnologia.

Bem, acrescentando a isso a incrível densidade de pixels do 4K, que excede até os limites da visão humana, concluímos que trata-se de uma solução muito atraente. Por isso, vamos aqui tentar entender até que ponto a qualidade da imagem ainda pode ser melhorada – uma espécie de “lista dos sonhos” para quem é do ramo.

Mais OLED

Atualmente, ainda são bem poucas as opções em OLED. Somente a LG está investindo seriamente. Seria interessante que outros fabricantes produzissem mais modelos, maiores, melhores e mais baratos… Mas é importante lembrar que a tecnologia OLED não é perfeita, pode ser aprimorada em itens como imagens em movimento e consumo de energia, além do custo, é claro. Com isso, é grande a chance de que, por volta de 2017, tenhamos TVs OLED melhores e até mais baratos que os TVs convencionais de hoje.

Faixa dinâmica

Um dos itens em que a tecnologia de TVs mais tem evoluído nos últimos anos é o chamado HDR (High Dynamic Range). A Dolby é uma das empresas mais avançadas nesse fronte, com seu padrão Dolby Vision. A ideia é que o olho humano é capaz de enxergar um nível de contraste muito maior do que temos nos TVs de hoje.

A Dolby se propõe a expandir esse recurso, tanto do ponto de vista dos displays (aumentando sua capacidade) quanto do conteúdo (que pode ser melhor produzido). Com os OLED se tornando mais eficientes, é possível até atingir níveis mais altos de brilho, o que significa maior faixa dinâmica.

Cores melhores

As cores que se pode obter nos TVs atuais são boas, mas não ótimas. Há várias delas que não conseguimos visualizar num display, embora as vejamos na vida real. A maioria dos aparelhos são capazes de criar uma gama de cores (color gamut) mais ampla, mas essa é uma mera “criação” do TV, não uma representação acurada daquilo que existe no conteúdo. Uma possível rota para isso é a adoção do padrão Rec 2020, que permite alcançar níveis mais profundos de cada cor. Você provavelmente não acha que faltem cores em seu TV, mas saiba que uma mudança para Rec 2020 resulta em imagens muito mais realistas.

Vale lembrar que a taxa de contraste no OLED significa um grande passo em direção a esse realismo, mas uma reprodução melhor das cores teria impacto tão grande ou até maior. Dependendo do tamanho do TV, seria mais impactante até do que a resolução.

Claro, não é algo fácil como pressionar uma tecla. Tudo teria que mudar no sistema, a começar das câmeras, os equipamentos de edição e distribuição (cabos, satélites, discos, streaming, enfim, tudo), até chegar no TV propriamente dito. Seria fantástico se o padrão Rec 2020 fosse adotado juntamente com as mudanças devidas ao 4K, mas isso parece pouco provável.

Fontes de sinal

Este item tem a ver com os dois anteriores. Estamos hoje num ponto em que muitos TVs têm maior capacidade do que as fontes de vídeo. Esse é um problema, porque geralmente ninguém quer seu TV criando coisas que não existem no sinal original. Mas, com a resolução HD, e seu padrão de cores Rec 709 se tornando superado, nem mesmo o Blu-ray explora o máximo possível dos TVs atuais.

O aguardado padrão Blu-ray 4K, prometido para 2015, deverá atender parte dessas necessidades, mas não todas. Ainda não sabemos, por exemplo, se o padrão irá exigir HDR ou Rec 2020, embora seja consenso que os discos representam a melhor forma de reprodução de imagem. Cabo, satélite e streaming raramente exibem HD de verdade, devido às taxas de compressão.

A propósito, na última CEDIA Expo, realizada em setembro, a empresa DVDO citou estudos indicando que um sinal de vídeo 1080p de boa qualidade, convertido para 4K, é melhor do que um sinal 4K nativo com compressão, ainda que usando o padrão HEVC/H.265. Se você assistir a um vídeo HD via streaming num TV de tela grande irá perceber como isso é possível. Dependendo da banda larga disponível, conteúdos da Netflix ou da Amazon pode parecer apenas um pouco melhores do que em DVD… Portanto, melhor a qualidade das fontes de sinal pode significar um enorme ganho para todos os TVs.