Inovação em AV: o que significa isso?


13 de junho de 2015

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Por Carolyn Heinze* Inovação é uma palavra que se aplica a tudo, de energia sustentável e comunicação móvel até a batons e aparelhos de barbear. Uma palavra situada na linha tênue que separa marketing e conteúdo real. Todos nós a procuramos, embora nem sempre saibamos exatamente o que significa. No mercado de AV, já apareceram inúmeras inovações. Vivemos um ambiente tão competitivo que ser inovador parece que nunca é suficiente.

Numa empresa, um bom ponto de partida é determinar que tipo de inovação se está buscando. Você quer ser o novo Facebook e desenvolver a solução para um problema que as pessoas nem sabiam que existia (como se conectar a amigos que não víamos há anos…)? Ou quer criar soluções para problemas já existentes, como talvez um serviço de mensagens instantâneas totalmente seguro?

Julian Phillips, vice-presidente da Whitlock, empresa de projetos sediada em Richmond (Virginia), diz que a indústria de AV é culpada por “inovar demais”, a tal ponto que um produto pode ser chamado “inovador” quando na verdade faz a mesma coisa que o anterior. “É necessário pensar como apresentar uma tecnologia de tal modo que os usuários mudem sua atitude”, diz Philips.

Para isso, os profissionais de AV devem entender claramente o negócio de seus clientes e seus problemas verdadeiros. Devem ainda enxergar qual será o futuro desses clientes e que problemas surgirão a partir daí. “Você precisa ter não apenas vendedores, mas engenheiros que compreendam os ciclos do negócio e desenvolvam soluções atraentes”, acrescenta.

Para chegar a isso, os integradores precisam focar sua atuação não nos produtos em si, mas nas soluções e nos serviços. Isso exige profissionais que saibam “vender soluções”. As empresas do setor, segundo Philips, têm que investir na formação desses profissionais.

Um bom exemplo pode ser a Audio Video & Controls, empresa integradora fundada em Nova York em 1999, cuja equipe é formada por arquitetos, designers, engenheiros, programadores e profissionais de AV e TI. Não se trata de uma empresa convencional. Seus clientes são escritórios de arquitetura e design que atuam, por exemplo, no setor de museus e buscam expertise na criação de espaços físicos onde a tecnologia ajuda a trazer vida. “Juntamos criatividade e tecnologia num mesmo ambiente”, explica o fundador, David Bianciardi. “Isso significa unir os esforços de nossos parceiros para instalar sistemas em edificações que devem funcionar por cinco ou dez anos.”

 

“Não há como dizer a uma pessoa para ser inovadora. É preciso ensiná-las a pensar além do convencional.”

 

Como os clientes da AV&C querem justamente “aquilo que nunca foi feito antes”, o trabalho da empresa é, literalmente, quebrar tudo. “O que fazemos é combinar equipamentos de uma forma que nem os próprios fabricantes haviam imaginado”, diz Bianciardi, embora admitindo que inovação nem sempre é o objetivo, mas acaba sendo o resultado quando os procedimentos são adequados. “A maioria dos arquitetos e designers aparecem sempre com a resposta pronta. Nós, não, dizemos ao cliente que não sabemos a resposta e que estamos curiosos para saber o que ele está imaginando.”

Ideias pré-concebidas não cabem nesse conceito, como explica David Kung, da Oblong, empresa desenvolvedora de plataformas em Los Angeles. “Não há como dizer a uma pessoa para ser inovadora. É preciso ensiná-las a pensar além do convencional e ter uma tolerância ao erro. Assim, a inovação se torna um hábito, que deve ser incentivado e alimentado.”

Alguns funcionários da Oblong vieram do MIT Media Lab, o centro de pesquisas do Massachusett Institute of Technology. Se na maioria das universidades o lema é “publicar ou desaparecer”, no MIT é “demonstrar ou morrer”. Kung segue esse conceito, com reuniões regulares onde os funcionários são estimulados a compartilhar o que estão fazendo e pensando. “Pode ser uma grande inovação, ou apenas uma experiência, mas os funcionários devem sempre aparecer com ideias novas”, diz ele.

Mas é preciso haver regras, ressalva Rob Balgley, CEO da Mersive, empresa de Denver que desenvolve soluções colaborativas. “Cada um tem sua forma de encarar os problemas, geralmente com base em experiências anteriores, mas também nas suas emoções e no seu ego”, explica ele. “Por isso, focamos nos fatos. É uma questão de honestidade intelectual, sem deixar que dogmas entrem na discussão. Você se concentra na lógica, e essa também é uma maneira de estimular a inovação.”

 

*Artigo publicado originalmente no site AV Network. Clique aqui para ler o original na íntegra.