Espalhe o som pela casa inteira


16 de maio de 2015

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Por Alex dos Santos

O segmento de som ambiente no Brasil é diversificado. Uma tendência influenciada pelo mercado americano, já maduro, onde fabricantes e empresas de instalação seguem normas técnicas que preveem projetos de melhor qualidade e capacidade de expansão. Por aqui, ainda não há normas específicas que sirvam de referência para instaladores de som ambiente. Mesmo assim, é só olhar a seção Projetos para ver que é cada vez mais comum a instalação de sistemas multiroom (ou multizonas) por profissionais qualificados, treinados por fabricantes ou distribuidores.

Variam desde sistemas simples, geralmente centrados em um receiver de home theater, ou sofisticados, formados por controlador dedicado e paineis – os keypads. Estes são indicados a quem irá ouvir músicas de rádios on-line na cozinha, de CD player no quarto, de um iPod na varanda… Mas, hoje, multiroom é muito mais do que distribuir músicas em diversas áreas da casa. Significa poder controlar fontes de sinal independentes a partir de tablet ou celular, ou integrá-las à automação e sistemas de distribuição de vídeo de alta definição.

Potência

Para a melhor instalação e escolha dos equipamentos de som ambiente, é preciso levar em conta o tamanho do espaço e as necessidades da família. A princípio, não é preciso ter amplificador e caixas com alta capacidade de potência, a menos que um dos cômodos ou área externa seja usado para festas. Em geral, 25Wx2 em uma sala de 20m2 já é suficiente para relaxar com um som agradável, enquanto se lê um livro, por exemplo.

A quantidade de caixas de embutir depende das dimensões – largura, pé direito e comprimento – das áreas a serem sonorizadas. Modelos para uso externo (outdoor) são produzidos em ABS selado com tela alumínio e resistem por mais tempo à umidade e ao calor em jardim, varanda e banheiro.

Transformador de Linha 70/210 volts

Em grandes áreas, escritórios e centros comerciais, é comum a instalação de sistemas de transmissão de sinal de áudio em linha de 70 ou 220 volts. O custo é menor e o resultado, se bem instalado, satisfaz quando há vários pontos de sonorização. Usam-se transformadores específicos para uma distribuição sonora homogênea, controle de volume individual e um mínimo de perdas sem sobrecargas ao sistema.

Na saída do amplificador deverá ser ligado um “transformador tronco”, com potência maior ou igual à saída do aparelho. A ideia é controlar a alimentação e elevar a tensão da linha de transmissão do sinal. Outro transformador, o “de linha”, deve ser instalado antes das caixas para diminuir a tensão e entregar a potência necessária aos falantes. É importante que a potência deste transformador de linha seja similar a das caixas para não queimar o tweeter ou woofer. Um atenuador de volume pode ser ligado entre o transformador de linha e as caixas, assim como sensores e repetidores infravermelhos instalados em locais de fácil direcionamento.

Receiver

Em residências menores, é o mais usado para sonorizar uma ou duas áreas. Mesmo modelos de entrada de 7.1 canais já incluem recurso Zone2 com saídas estéreo pré-amplificadas. É possível ainda usar as saídas dos canais surround back esquerdo e direito, se não estiverem em uso, para alimentar caixas em outro ambiente, dispensando amplificador adicional (veja o desenho). Nos dois casos, é necessário primeiro ativar a função Zone 2 no menu/setup do aparelho.

Caso seja necessário usar mais caixas em um receiver com Zone 2, o instalador irá acrescentar um seletor de caixas. Esse acessório funciona também como casador automático de impedância e controlador de volume. Receivers mais sofisticados, de 9.2 canais, permitem amplificação para dois pares de caixas em locais diferentes, além de função Zone 3 e Zone 4, que enviam sinais de fontes distintas para até três áreas além do home theater.

Controlador

Há no mercado modelos para até 16 zonas, que gerenciam dezenas de fontes, enviando sinais amplificados ou pré-amplificados a todas as áreas. Um sistema de som ambiente com controlador dedicado permite flexibilidade de ajustes, como graves/agudos (alguns equalização), volume independente por ambiente e timer, além de facilitar a expansão. Por meio de uma conexão serial ou de rede, é possível agregar mais controladores para distribuir sinais em várias zonas e keypads multifunção.

É o caso do modelo C-816 Renaissance da canadense Nexus (distribuída no Brasil pela Som Maior), que permite acrescentar módulos de amplificação para “reforçar” determinada área. Em geral, os controladores adotam sintonizador AM/FM integrado e maior número de entradas e saídas IR para ativar aparelhos conectados.

Além de alta potência configurável em cada canal, os modelos da Savage e da NuVo (distribuição: Syncrotape) são comandados também via computador, sistema de automação e aplicativos para tablet ou smartphone, através de uma rede IP, dispensando o uso de keypads.

Keypad amplificado

Esses paineis surgiram recentemente e já são vistos como solução prática por quem não pensa em grandes reformas na instalação de eletrodutos em espaços pequenos. Possuem teclado, receptor IR, entrada de áudio e amplificador estéreo Classe D embutido, capaz de alimentar diretamente um par de caixas para sonorizar o mesmo local. Apresentam pouca espessura e podem ser fixados no lugar de um interruptor de tomada, numa caixa 4×2.

Embora pareça baixa a potência desses keypads, é compatível com falantes de sonorização ambiente, que admitem a partir de 5W. Entre as opções disponíveis no mercado, três são de empresas nacionais. O modelo da AMCP-xtend libera 25Wx2 e trabalha conectado, via cabo de rede, a um hub que aciona os equipamentos. A Holder (distrib.: Multimport) tem o Hold On The Wall de 18Wx2 e gerenciador externo com entradas de áudio, USB e fonte de alimentação para “abastecer” até 20 keypads. Com 8Wx2, o painel da Rosom se destaca pela versatilidade, trazendo entradas auxiliar, sintonia de rádio FM e controle remoto.

Multiroom digital HD

O avanço da automação residencial em todo o mundo serviu como porta de entrada para produtos digital multiroom. Empresas como Kramer, Atlona e Absolute Acoustics oferecem matrizes HDMI, que devem trabalhar em conjunto com controladores e acessórios na distribuição de sinais de áudio multicanal e vídeo HD para toda a residência.

Embora a conexão HDMI limite o tráfego de altas taxas de dados em cabos superiores a 15m2, é possível usar extensores com cabo de rede (UTP) e ampliar acima de 50m a distância para a transmissão dos sinais HD. O modelo Nexus DM88, da Absolute Acoustics, aceita oito fontes de sinais – Full-HD 3D e áudio 7.1 –, e distribui através de oito saídas HDMI.

Pode ser controlado via RS-232C, IR, além de ser compatível com tecnologias HDCP e EDID, evitando falhas de sinal. Receivers mais recentes das principais marcas já trazem saída HDMI Zone 2, para o envio de sinais Full-HD e áudio estéreo (ou multicanal dependendo de alguns modelos) a outro sistema.

INSTALADOR: INDISPENSÁVEL!

É fundamental contar com um profissional especializado para executar um projeto de multiroom. Este envolve conhecimento técnico e todo o trabalho de infraestrutura na instalação das caixas de embutir, dutos de cabeamento e fiação elétrica separada.

É ele quem fará os cálculos para o diâmetro dos cabos, especificação de potência e o posicionamento correto dos falantes para atingir cobertura sonora suficiente em todos os espaços.